Talvez o caos
seja apenas a rosácea
Antes do fogo
que os dedos tecem no cinzel
E a pedra seja absurda
permanência da forma
Em si fechada...
Talvez a poalha
do tempo fecunde novas cidades
E as ínfimas
coisas se ordenem e expludam
Como corolas em
delírios de cristal...
Talvez a vontade
dos homens seja excesso
E rasgue as
veias das galáxias
E o surdo rugir
do mundo inunde a consciência
Dos escravos...
Talvez a Palavra
seja inóspita
E os hinos sejam
a derrocada das muralhas...
Manuel Veiga –
in “Poemas Cativos”
8 comentários:
Nem mesmo o surdo rugir do mundo, consegue rasgar as veias das galáxias e inundar as cegas consciências...
Poema BELÍSSIMO, heretico!
Beijo, Manuel!
Nem mesmo o surdo rugir do mundo, consegue rasgar as veias das galáxias e inundar as cegas consciências...
Poema BELÍSSIMO, heretico!
Beijo, Manuel!
A palavra nunca será inóspita se dentro dela estiver um Poeta solidário e fraterno.
O poema é excelente, meu amigo.
Um beijo.
~
~ ~ ~ ~ Concordo!
~ ~ "Que a palavra seja inóspita" e que
"os hinos sejam a derrocada das muralhas"
e dos muros ultrajantes à humanidade!
~ ~ ~ Bom fim de semana, Manuel. ~ ~ ~
.
"Talvez a vontade dos homens seja excesso
E rasgue as veias das galáxias
E o surdo rugir do mundo inunde a consciência
Dos escravos..."
Talvez. Mas há tantos homens sem consciência da própria (des)vontade.
Bj.
Lídia
Até onde li, achei, a exemplo desta, tuas criações de lirismo elogiável...
Gostei por demais, tanto que salvei teu blog entre os meus favoritos.
Abraço.
palavras-faca
construindo
um novo hino
Um poema que eleva-me
à essência das Rosas.
E sim, havemos de cantar
a derrocada das muralhas.
Abraços.
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