Já não há
mordaças, nem ameaças, nem algemas,
Que possam
perturbar nossa caminhada
Em que os poetas
são os próprios versos do poema
E onde cada
poema é uma bandeira desfraldada...
Ninguém fala em
parar ou regressar.
Ninguém teme as
mordaças ou algemas
- O braço que
bater há-de cansar
E os poetas são
os próprios versos do poema.
Versos brandos...
Ninguém mos peça agora.
Eu já não me
pertenço: sou a Hora,
E não há
mordaças, nem ameaças, nem algemas
Que possam
perturbar nossa caminhada
Onde cada poema
é uma bandeira desfraldada
E os poetas são
os próprios versos do poema!
Sidónio Muralha –
“Soneto Imperfeito da Caminhada Perfeita”
12 comentários:
O poema torna-se humano quando os ventos desfraldam os poetas.
Abraço fraterno
~~~
~ Um caminhada
árdua, íngreme e cheia de obstáculos penosos...
~ Um soneto
belíssimo, como um hino de incentivo à liberdade.
~ Ando triste...
~ Parabéns pela sua ótima disposição, Manuel.
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Na realidade, na prática, as coisas são o que são, o que está à vista de todos.
No lirismo, na utopia, ficam os poetas e as suas poesias. Sempre assim foi, é e será. Desabafam com a pena (caneta) e com a pena, também (isto de existirem palavras homónimas, por vezes, dá jeito, outras, é o "diabo").
Fique bem!
Belíssimo e muito tocante o poema do
Sidónio Muralha, Poeta grandioso!
"Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
Pago o preço." (Sidónio Muralha)
Gratíssima pela partilha...
"E os poetas são os próprios versos do poema."
Beijo, Poeta amigo!
A poesia é uma arma
Abraço sempre
Em águas tão claras o medo
no areal ocidental persiste
E no entanto tanto santo
a erguer a bandeira verde
a esperança e a liberdade
Aqui
É preciso que o poder da palavra se sobreponha à palavra do poder.
Faz tanto sentido este poema, meu amigo Manuel...
Um beijo.
Que a poesia ainda sirva como arma!
Perante o árduo desafio, uma caminhada que só agora está principiar.
Abraço
Olá, Herético
Em boa hora falou o poeta.
abç
Um excelente soneto.
Para ler e reler, já que gostei imenso.
Tenha uma boa semana.
Abraço.
Gosto de Sidónio Muralha, gosto deste poema
"Eu já não me pertenço: sou a Hora,
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
Que possam perturbar nossa caminhada"
Que assim seja!
Abraço*
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