No alvoroço das
correntes e das alvoradas
No zénite dos passos
quase, quase chegada
E na soleira da porta
Aberta
E nas pétalas
Espalhadas pelas ruas
Em tapetes de rosas
Perfumadas
E na música dos palcos
da memória
E nas danças desfolhadas
Saias bordadas
E corpetes de linho
Desatados
Frutos que se oferecem
E colhem dos caminhos
Em gosto de muros
Derrubados
Nesta singela vibração
dos mostos
A fermentar a celebração
dos dias
Ergo o destino de meus
passos
E poeta de cores bem
definidas
Desenho em traço grosso
As linhas do rosto
E a paisagem
Em que me digo.
Manuel Veiga
13 comentários:
"E poeta de cores bem definidas
Desenho em traço grosso
As linhas do rosto
E a paisagem
Em que me digo."
E podes dizê-lo, bem alto, Poeta que admiro.
Uma boa semana.
Um beijo meu.
Também não tenho dúvida da beleza dos versos e grifo o mesmo trecho, que pelo visto você foi muito feliz...
"E poeta de cores bem definidas
Desenho em traço grosso
As linhas do rosto
E a paisagem
Em que me digo".
Beijo, Manuel.
E desenhas muito bem, de verdade
Feliz semana e óptima Primavera
E dizes muito bem. Celebras a natureza e a vida.
Parabéns, Manuel
A vida desenrola-se com todas as suas cores....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
"Nesta singela vibração dos mostos
A fermentar a celebração dos dias"...
Que forma brilhante na celebração do Dia da Poesia!
Beijo!
Considero este álbum "Por este rio acima" o melhor álbum de musica portuguesa e esta associação de vozes está fantástica.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Há como que uma festa dos sentidos neste poema.
É toda uma festa, esta! E que o 'vinho novo' celebre. E das gargantas saia as afinadas vozes. E bailem as minhotas. E a paisagem se desenrole ao olhar do poeta.
Um caloroso abraço, caro amigo Manuel.
É mesmo disto que se trata, de alvoroço.
Alvorota-se a alma das coisas e o poeta aprisiona-a para a soltar no alvoroço da palavra, tomando forma bem definida.
E o poeta enamora-se.
Belas as palavras e bela a casa que tão bem soubeste revestir.
Bjo, Manuel :)
um belo poema para um dia que se diz da Poesia
e nem sei porquê mas esta vibração dos mostos, cheira-me a Setembro.
beijo
:)
"E a paisagem em que me digo".
A fé e o credo do Poeta firma-se na celebração da vida, levedada na fermentação dos "mostos". Pétala a pétala.
Abraço.
Lindo, sempre!
Bjs
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