Colhe
o poeta a cor do sonho na paleta
Com
as nuvens sobe a esfera onírica porém presa
E
na nesga rasgada sem saber se sai ou entra
O
mar ao longe...
Advinham-se
corpos irreais em transparência
Reclinados
sobre colchas sem memória
Como
sombras pressentidas na luz imensa
Que
o dia clama...
Talvez
crianças caprichosas ou velhos faunos
Desfaçam
a cortina ou a subtil brisa nos descubra
Desnudados
sem culpa ou sem remorsos
Bárbaros
e puros...
Talvez
deste lado da paisagem onde beijos correm
Como
ondas e os dedos do poeta se deslassam
O
azul capriche no tempo breve e em suave tarde
Apenas
os corpos reinem...
Manuel
Veiga
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