Benignos são os deuses
que espelham
Sua majestade no coração
dos homens
E dulcificam tempestades
No fogo dos poetas.
Néscios os homens que
caminham rente
Aos pés e de olhar perdido
Receiam a nuvem
E gota de luz
E gemem as dores
Como funestas danças no
corpo interdito
De auroras negras.
A liberdade é esta
chama. Que busca
A inquietação dos anjos
Em busca do barro
redentor
E se glorifica eterno
Na fusão sonho
E mágoa
Emanação fruste
Que fecunda a Vida!...
Manuel Veiga
16 comentários:
A Vida é isso mesmo - sonhos, mágoa, lágrimas e sorrisos...
Beijos e abraços
Marta
Simplesmente maravilhoso
.
Quer ler?: * Térreos e difíceis caminhos ... de amor *
.
Deixando cumprimentos poéticos
.
Caro Manuel,
Eis diante de um novo poema, revelador da sua capacidade de nomear, de transfigurar o mundo...
E que falta pode fazer "esse barro redentor". Essa vida, tentação latente, pacto com os anjos para sorver essa tão sonhada liberdade.
Forte abraço, caro amigo!
Muito bonito, Manuel! A sensibilidade do grande poeta, ao falar de sentimentos, aliada à bela interpretação de Manuel Jorge a quem eu não conhecia.
Perfeito!
Beijo, amigo!
É belo,
se lido
meu querido amigo
Leve resvalar de "sonho e mágoa" na voz de outro Manuel.
Forte abraço, caro amigo!
Grande fôlego poético , onde o barro das palavras refulge na inquietação do sonho .
Belíssimo !
Beijo, Manuel
Parabéns pela excelência do poema.
Também gostei da maneira como é dito pelo Manuel Jorge. Mas ele acrescentou a palavra "malditos" aos anjos...
Bom fim de semana, caro Veiga.
Abraço.
Caro Jaime,
não foi Manuel Jorge que acrescentou a palavra´
fui quem a retirou, a leitura ajudou a perceber que a palavra
estava a mais,
grato pela tua presença e a leitura atenta
abraço
Como eu tinha dito no poema anterior (Como se mágoa fora),
o caminho do sentir poético atinge a imensidão do traço
da vida, aqui um poema gigante no porta-voz da própria
vida, na sua dinâmica humana do aprendizado do sofrer
(algumas vezes em mágoa se torna...) e do sonho, no
exercer a liberdade de escolhas, e quando se sente
poesia, este fogo da criação e recriação de ser voo
na "inquietação dos anjos"!...
Parabéns, meu amigo.
Este poema evoca ser declamado e como foi tão bem declamado!!!...
Concordo com o perfeccionismo do amigo poeta, em retirar a
palavra "malditos", ficava a arranhar na estrutura
melódica do poema. Eu tenho a mesma sensibilidade
perfeccionista, por isso, compreendo...rss
beijo.
Um poema maravilhoso muito bem lido por Manuel Jorge.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Um poema que nos catapulta a outra dimensão, com dinâmica, génio e musicalidade.
E a declamação rente à palavra.
Parabéns, amigo Manuel.
Beijo.
Excelente poema, Manuel!
E a liberdade, é isso mesmo... a descoberta de que caminhar rente aos pés... já não nos chega... e podendo sonhar-se com algo mais... parte-se em busca da materialização do sonho...
Adorei o poema em ambas as versões... lida e ouvida...
Beijinho! Bom resto de domingo!
Ana
A liberdade aqui neste poema é Senhora e Rainha. Ela é inquietação e chama que impulsionam a acção na construção do presente e do futuro. Os homens, as pessoas, terão de olhar longe para além do horizonte a fim de descobrirem formas de se colocarem acima da sua condição de simples barro.
Um belíssimo poema, Caro Manuel Veiga.
Abraço
Olinda
Poesia - gosto mais de ler do que ouvir.
E esta forma de roçar pelos deuses tão próxima do Reis de Pessoa - gosto, gosto!
Beijinho.
...e dos Homens os deuses dizem:
- que afortunados eles são;
levantam os olhos, mesmo de rastos pelo chão!
belo poema sobre ser-se livre em liberdade.
um abraço, caro Amigo MV.
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