O meu amigo Zeca, solteirão
impenitente, alentejano de Beja, economista do Quelhas e protector de donzelas desvalidas,
estivera mesmo à beira de “ter uma vida
boa”, não fora o caso amoroso com Madame
X, uma mulher fogosa “que andava a
pedi-las” (Zeca dixit), esposa do administrador da empresa pública, onde
por empenho de familiares, fora colocado, depois de breve passagem pela
Administração Pública. Ironicamente, foram o sapato apertado de uma octogenária
senhora e seus sofridos joanetes a causa da sua desgraça,
Posto, portanto, no “olho da rua” da empresa pública, onde,
com rasgada visão do futuro, era assessor da Administração, o Zeca teve que se
virar. Viveu uns tempos dos rendimentos familiares, mas um homem não pode ficar
parado toda a vida. E, como bem se sabe, a evolução da espécie humana tem sido
caprichosa e injusta: o homo faber acabou
por dominar o homo eroticus, até
mesmo nas naturezas mais refractárias, como é o caso do meu amigo Zeca...
Enfim, depois de uns tempos
“à vara”, que é como quem diz, sem
outras responsabilidades que não fosse apascentar suas pulsões predadoras,
decidiu o Zeca voltar ao trabalho, agora por conta própria, pois era para meu
amigo ponto assente, em laudas de juramento lavrado, que “filho de puta nenhum lhe daria mais ordens, nem teria tomates para o
despedir...”
Foi assim que nasceu a empresa
de consultadoria, de que o meu amigo Zeca é sócio fundador e gerente único e
cujo volume de negócios está em proporção inversa à respeitabilidade da sua
barriguinha. Quer dizer, dobrada a década dos cinquenta anos, com o pendor femeeiro
mais amaciado, quando a liquidez da empresa o permite, o Zeca relaxa na
culinária e, então, a barriga entra em espiral inflacionária e, em momentos de
crise da empresa, com o stress do trabalho, o arredondado da barriga reduz-se à
expressão de normalidade de um cinquentão
Acontece que meu amigo
Zeca, alentejano de Beja, economista e solteirão impenitente esteve um destes
fins-de-semana lá em casa, que frequenta, quando bem quer, sem favor, nem
cerimónia, pois bem sabe da nossa genuína estima e afeição mútuas, caldeadas
numa amizade impoluta que vem desde os velhos tempos do “Mandarim”, na Praça da República, em Coimbra, enquanto jovens
estudantes universitários, aprofundada mais tarde em Lisboa, onde assentaram
arraiais.
O Zeca apareceu agora e - imaginem!
– acompanhado pela Mitó. Se, porventura, o Zeca alguma vez esteve tentando na
vertigem do casamento foi seguramente com a Maria Antónia. Claro que a minha
mulher e eu ficamos radiantes com a visita. A Mitó e a minha mulher são amigas
de infância e ambos temos sincera estima por um e outro. Esclareço que a Mitó
tem um filho, produto de um breve casamento com o Peter, um inglês que a nossa
amiga descobriu na bruma londrina, quando, finda a licenciatura em Germânicas,
foi para a Grã-Bretanha aperfeiçoar o seu inglês e a curtir o desgosto amoroso
pelo Zeca.
Devo
referir que o rapaz saiu moreno e trigueiro, em vez da loira cabeça e da pele
deslavada do Peter. Costumo irritar a minha mulher, quando a (des) propósito
gracejo que o filho da Mitó é o inglês mais parecido com um alentejano que
conheço. Tenho então a resposta agastada: “Lá
estás tu, com as tuas parvoíces. A Mitó e boa rapariga!” Como se eu
dissesse o contrário!…
Mas
retomando o fio. O Zeca está a ficar entradote. Engordou excessivamente. A
barriga do meu amigo alargou, para além dos limites justificados pela
satisfatória situação financeira da empresa, As pálpebras pesadas denunciam
cansaço das noitadas e dos excessos da culinária, de que o Zeca é expert…
(Ainda lambo os beiços com a perdiz estufada e feijoada de lebre que. algum
tempo atrás, o Zeca preparou para um grupo de amigos no seu apartamento
debruçado sobre o Tejo).
Perante
o seu ar “carregado” não resisti à provocação: - “Tens que te “aviar”,
pá” - disparei, acentuando os subentendidos. O Zeca encolheu os ombros
fixou-me, num olhar sonolento, semi desdenhoso: - “Gajas é que não me faltam, que é que tu julgas?”. E eu, a apurar a
picardia provocadora, roendo-me, num gozo antecipado: - “Imagino! Com a oferta que por aí vai…Certamente que alargaste à net o
universo de recrutamento, não?! Com franqueza, pá! Estás mesmo a ficar ché-ché...”
Então,
o Zeca em ruidosa gargalhada e resposta afiada - “Mal imaginas!... Ché-ché estás tu a ficar, agarrado às saias da tua
mulher! Mas tenho uma boa para te contar! A tua perfídia política vai babar-se
de gozo”.
- “Ah, mete política! Sexo e política
sempre deram boas histórias!...”- gracejei.
E,
como as mulheres de aproximavam, acrescentou, prudente, perante a minha
curiosidade: - “Conto-te depois de
almoço!...”
E
contou. Entre dois cálices de conhaque, uma sonolenta partida de xadrez e voz
cálida de Ella Fritzgerald em fundo, enquanto as mulheres cirandavam pela casa
e tricotavam uma dessa conversas infindáveis, alheias a tudo, que não seja
ouvirem-se, o Zeca contou esta “estória” deliciosa.
Esguardai, portanto...
Um
certo grupo empresarial, a que a empresa do meu amigo Zeca presta apoio na área
de auditoria e da fiscalidade, decidiu dedicar-se às energias renováveis, na
mira dos propalados apoios comunitários. Feitos os estudos e avaliado o
projecto, a que o Zeca esmeradamente se dedicou, foi decido que a fábrica seria
instalada no norte do País, por razões óbvias do preço da mão-de-obra e outras
vantagens. Escolhido o local, havia que negociar com o Município apoios e
contrapartidas. Na data acordada, depois de contactos prévios, luzidia
comitiva, ida de Lisboa, deslocou-se ao município em causa, chefiada pelo “chairman” do grupo, um vulto destacado
da política (retirado) e dos negócios...
Dispenso-vos
da colorida discrição que o Zeca fez do roliço presidente da Câmara, afiambrado
no seu casaco de flanela azul com
botões de metal e o inevitável lenço de seda, a aconchegar a dupla papeira.
Digo-vos, porém, que o Zeca contou ter sido fulminante a antipatia mútua. Uma espécie
de “coup de feu” invertido, a roçar o
verdete da náusea...
Feitas
as apresentações, perante o acentuado sotaque alentejano (que aliás o Zeca
cultiva com prazer), o Presidente da Câmara, numa prosápia de gelar o amplo
salão, fez uma qualquer alusão de mau gosto a moiros e ciganos, que ainda
infestam o sul do País. Ora, o Zeca não é homem para se conter, mas não teve
tempo para “espingardar” a resposta
ácida que se avizinhava. O chairman, com um sorriso felino a rasgar-lhe a face,
antecipou-se, dirigindo-se ao Presidente da Câmara:
- “Mas olhe, senhor Presidente, que aqui, pelo
seu Concelho, não faltaram moiros; e, se bem observar, ainda é capaz de
encontrar algum por aí disfarçado...”
- “Moiros aqui? No meu concelho? Nunca!... Onde
raio o senhor foi desencantar semelhante ideia?!"...- apavorou-se o
Presidente da Câmara.
Nessa
altura, já o ambiente estava mais distendido. E o chairman, apontado para a
bandeira do Município, imponentemente exibida, entre a bandeira da República e
a bandeira da União Europeia: - “Basta
olhar para a bandeira do Município...” – sublinhou, alargando o sorriso...
E
o outro, a ficar apopléctico: - “A
bandeira do Município? Mas que tem a bandeira? “
- “Não tem nada que não deva, senhor
Presidente! É aliás – acrescentou diplomático – uma bonita bandeira! Mas não deixa por isso de ostentar, no brasão, o
crescente muçulmano!...” E, com a gargalhada a estender-se pela sala,
rematou: - “Ora, se os moiros não andaram
por este Concelho que faz o Crescente muçulmano nas suas nobres
insígnias?!"...
Aquilo
era demais, convenhamos - virem, assim uns bárbaros sulistas a dar lições de
história local. Suprema humilhação…
E
o distinto Presidente, como quem apanha um murro no estômago, titubeou, mas não
se deu por vencido. Saiu da cadeira, sibilando: “Esta agora!... Esta agora! E eu que nunca tinha dado por
isso!...Mas já vou tirar tudo a limpo”... Fez minuciosa análise à bandeira e, perante a contrariedade geral, que
desejava aviar a reunião o mais cedo possível, bamboleando as nádegas, qual
odalisca fora de prazo, o Presidente atravessou a sala em direcção ao telefone.
Do outro lado, titubeante, o vereador da Cultura replicando a pergunta
inesperada:
- “Moiros?... Se houve moiros no Concelho?!”...
- “Sim. Moiros no Concelho!... Que sabes tu
disso?...” – insistiu ansioso o Presidente.
E
tapando o telefone, enquanto aguardava, expectante, a resposta que se
adivinhava frustrada, o Presidente alargou o olhar aos circunstantes e, em
desabafo contido: - “Tanto que me bati
para nomear este gajo como vereador da Cultura e querem ver que não sabe se
existiram moiros no Concelho...”
E,
de facto, depois de uns momentos de silêncio constrangedor, pressentindo-se em
ebulição os (parcos) neurónios do vereador, chegou a resposta, embrulhada em
titubeantes desculpas: que não, que não
sabia! e nem nunca lhe constara terem havido moiros no Concelho... Mas se
ele, Presidente, assim o desejasse, dentro de momentos a Dr.ª Filomena,
directora dos Serviços Culturais, estaria na sua presença para completa
elucidação do assunto.
- “Manda-me cá essa gaja... “ - Ordenou o
Presidente, em voz de falsete e tom desabrido, suspeitando-se pelo esgar a
enorme contrariedade que a presença da Directora lhe provocava.
Ainda
o charmain insistiu, cerimoniosamente, ansioso seguramente por entrar no
assunto que ali os trazia para o "Presidente
não se incomodasse..., que não valia a pena... Que por certo a Presidente tinha
toda a razão e que nunca por ali
houvera moiros..., que a sua leitura das insígnias municipais assentava, por
certo, nalgum equívoco de alguém que não era especialista...”:
Mas
o Presidente foi peremptório: “Não! Agora
faço questão! Este assunto tem que ficar esclarecido. Eu não sou homem para
deixar para depois o que pode ser resolvido já!... “
Entreolharam-se
os circunstantes, aceitando o destino com bonomia, bem sabendo eles que se “Paris vale uma missa” também os
interesses económicos em jogo justificavam os desconchavos de um Presidente da
Câmara...
O
silêncio, cortado pelos olhares cruzados e os semi-sorrisos dos visitantes, foi
entretanto interrompido por um discreto toque na porta e a entrada triunfal da
Dr.ª Filomena, uma balzaquiana espampanante, emoldurada em tailleur laranja,
sobre o qual se derramava uma opulenta cascata de cabelos negros, longos e
encaracolados.
Afogueada
e empenhadíssima, no alto de seus tacões, lançou sobre a sala, povoada de
ilustres forasteiros, soberbo olhar, em jeito de leoa que, na floresta, tivesse
detectado a novidade da caça: “Uma Lua
crepitosa e cheia em noite quente e plena de Agosto”, como o Zeca, em
arroubo poético, distinguiu a aparição...
Porém,
sobre “quarto crescente” nas
insígnias municipais, a Dr.ª Filomena prestou uns esclarecimentos confusos. Que
talvez sim, ou talvez não, que a única hipótese admissível era a de que os
cruzados, nos tempos da reconquista, terão atravessado o concelho; ora, como se
sabe, onde há cruzado há moiro, logo é possível que...
Nesta
fase da erudita explicação, quiçá prolixa, o Presidente pigarreou e, sardónico,
soltou o chicote de seu falsete, zurzindo, impiedoso, o denodado esforço da
Dr.ª Filomena que, com manifesto prazer, exibia seu charme e sua erudição...
- “Ó doutora, deixe lá essa treta dos
cruzados!... A questão e simples e clara: houve ou não moiros no Concelho? É
que se não esclarece esta magna questão, a mim e aos nossos visitantes, terei
de concluir que não passa de uma burra com saias...”
O
silêncio, até então oscilando entre o divertido e o enfado, gelou. A “pobre”
doutora ainda ensaiou uma desculpa qualquer e, em sua fragilidade de vítima de
um mais que evidente erro de casting, teve a ousadia de invocar a penúria do
orçamento municipal para actividades culturais.
Antes
o não fizera: - “Ó sua... ó sua incompetente!
Pois atreve-se?” - casquinou o Presidente, qual cascavel cuspindo veneno - “eu não lhe admito, ouviu?! ... As minhas
ordens são para cumprir, não para discutir!...”
E,
colérico, com o dedinho roliço espetado: - “Trate
de saber imediatamente se houve moiros no concelho, antes que a reunião termine
e estes senhores partam. Era o que me faltava!...” E, descorçoado,
atirando-se para o presidencial cadeirão: - “Estou rodeando de incompetentes!...”
Era
demais. Como poderia o Zeca, fulminado pelos prenúncios crepitosos do vulcão
pronto a explodir, aceitar o vexame àquele soberbo exemplar do belo sexo?
Reagiu, portanto...E perante a surpresa dos presentes e a apreensão do
chairman, que sobretudo velava pelo bom resultado da diligência que ali os trouxera,
o Zeca insinuou-se:
- “Ó senhor Presidente, tenho uma
sugestão para resolver as preocupações, que, inadvertidamente, lhe viemos
causar: o senhor Presidente coloca no estandarte do Concelho o imponente menir
que daqui se avista e nós levamos connosco a malfadada lua...”
Referia-se
o Zeca a uma dessas monumentais pedras pré-históricas, em forma de falo
apontado ao Céus, que pululam no país rural e que, no caso, decorava a entrada
dos Paços do Concelho, ao alcance do olhar através da janela aberta.
A
insólita proposta apanhou todos de surpresa. E, intrigados, entreolhavam-se.
Apenas as longas pestanas da Dr.ª Filomena se moveram para o Zeca, num doce e
cúmplice pestanejar, prenhe de promessas. Entretanto, os sorrisos abriam-se, no
rosto dos “bárbaros” visitantes sulistas. E, após fecunda ponderação, para
pasmo dos presentes, o Presidente, confiando o queixo, exclamou em exaltada
anuência.
- “Ora aí está uma sugestão a ter em
conta...”
Depois
de firmado o contrato, já de regresso a Lisboa, o chairman para o Zeca: - “Francamente, Zeca. Você é um exagerado! Um
menir, hã? Não lhe bastaria um bom boneco do Bordalo Pinheiro?”
Assim
o disse meu amigo Zeca, alentejano de Beja, economista do Quelhas, solteirão
impenitente e protector de donzelas desvalidas, acrescentando, por entre
estridentes gargalhadas, que o contrato com a autarquia vai de vento em pompa
e, assim, as visitas ao norte irão continuar para proveito próprio e alegria da
“competentíssima” Dr.ª Filomena, que tem dado sobejas provas de seu talento...
Um
sortudo, meu amigo Zeca, não acham?
Mais
tarde, saíram juntos, como chegaram, o Zeca e a Mitó. Minha mulher, foi à
janela vê-los partir e regressou com um sorriso misterioso: - “Sabes que o Zeca segurou a mão da Mitó e
partiram de mão dada!”, disse-me enquanto, discretamente, levantava os cálices e a
garrafa.
- “ Quem sabe se não será desta!...”- suspirou, esperançosa...
- “Sic transit gloria mundi” – ripostei, enigmático. Fulminou-me com o olhar…
Passados
escassos dias recebemos o convite para o casamento do Zeca e da Mitó. De quem somos, orgulhosamente, os padrinhos.
Manuel
Veiga
...................................................................
Escrito na primeira pessoa, este texto é "literatura", fingimento, portanto. O sujeito da escrita nada tem de comum com este vosso amigo, que assina o texto.
Nem o Zeca é real. E, em qualquer região do País, se poderia localizar o enredo da "estória".
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Escrito na primeira pessoa, este texto é "literatura", fingimento, portanto. O sujeito da escrita nada tem de comum com este vosso amigo, que assina o texto.
Nem o Zeca é real. E, em qualquer região do País, se poderia localizar o enredo da "estória".
8 comentários:
Passando lendo, gostando, e desejando uma noite feliz.
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* Chuva que acalma CORAÇÕES … secos pela desventura *
.
Cumprimentos poéticos
Votos de um dia feliz
Parece um texto extenso, mas começamos a caminhar e somos salpicados de humor e graciosidade. Uma certa forma de dizer o dia a dia e até de o viver. E este prazer de espicaçar e surpreender...
Aí está uma peça imperdível. Alguém te apanha e te leva à cena, Manuel Veiga.
Beijinho, meu amigo.
é sempre um perigo e ter em conta, Teresa
o Zeca, de facto, em tempos recentes, teve por aqui muitas admiradoras.
mas, desta vez, julgo que a Mitó levará o melhor...
beijo
Numa penada, Manuel Veiga, insere nesta história do seu "amigo Zeca" pedaços importantes da nossa História. Os "moiros" que vieram para a península no século VIII e só perderam verdadeiramente o seu último baluarte no século XIII. Contudo, há um silêncio insurdecedor em relação aos contributos civilizacionais que nos deixaram. Outro pedaço de História são os pedregulhos, os menires, vestígios da Pré-História que nos mostram como viviam os nossos antepassados e a forma de expressarem os seus sentimentos em relação à morte e àquilo que os rodeava.
Quanto ao "amigo Zeca protector de donzelas desvalidas", digo nada. :)
Abraço
Olinda
Leia-se...
silêncio ensurdecedor...
:)
Caro Manuel,
Depois de lido com vagar, ruminando, escrevo ao saber da pena.
Delicioso texto, carregado de humor.
Li e reli. Ainda que o quisesse, seria impossível abandoná-lo, precisávamos conhecer os limites do Zeca até descobrirmos que o Zeca é uma realidade do presente com os pés fincados no passado.
Estive perto de dizer-lhe que não me convenceram os esclarecimentos finais, mas não o fiz por sei que é uma armadilha.
Zeca, na ondulação da tua pena, é um rio sem margens, mas o "cara" nada de braçadas contra a corrente e ainda dá banho nos leitores.
No mais, leia-se o comentário de Teresa Almeida e Olinda, elas dizem o que me faltou dizer.
Você escreve por música, meu amigo Manuel!
Um abraço,
Excelente texto, com uma narrativa envolvente, que nos
absorve em cenários tão bem descritos, impregnados de
vida, cotidiano, personagens e histórias que nos aciona
o humor cristalizado tão bem na narrativa.
Dois pontos me chamaram a atenção, o assédio moral
que a personagem "Filomena" passa profissionalmente e
lamentável a realidade perversa destes casos comuns
do machismo, que reina no ambiente profissional e
também, no afetivo, neste caso, representado pela
personagem "Zeca", o machismo do "predador de
donzelas"...
Para ser sincera (sempre sou...rss), o machismo é abominável
no homem em suas atitudes e também na mulher que tem
atitudes machistas.
Manuel, meu amigo, um texto narrativo com a tua
assinatura é a certeza de uma obra literária excelente.
Bjs.
Delícia, pura delícia a leitura pelo conjunto da crítica de costumes e da arte de bem escrever, no tempero certo dos vários registos presentes na narrativa. É que, uma boa prosa revela-se neste saber: usar as várias linguagens aos discursos narrativos em questão.
Bjo, Manuel
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