quarta-feira, janeiro 17, 2018

SONHO E MÁGOA...


Benignos são os deuses que espelham
Sua majestade no coração dos homens
E dulcificam tempestades
No fogo dos poetas.

Néscios os homens que caminham rente
Aos pés e de olhar perdido
Receiam a nuvem
E gota de luz

E gemem as dores
Como funestas danças no corpo interdito
De auroras negras.

A liberdade é esta chama. Que busca
A inquietação dos anjos 
Em busca do barro redentor
E se glorifica eterno
Na fusão sonho
E mágoa

Emanação fruste
Que fecunda a Vida!...

Manuel Veiga







16 comentários:

Marta Vinhais disse...

A Vida é isso mesmo - sonhos, mágoa, lágrimas e sorrisos...
Beijos e abraços
Marta

_ Gil António _ disse...

Simplesmente maravilhoso
.
Quer ler?: * Térreos e difíceis caminhos ... de amor *
.
Deixando cumprimentos poéticos
.

José Carlos Sant Anna disse...

Caro Manuel,
Eis diante de um novo poema, revelador da sua capacidade de nomear, de transfigurar o mundo...
E que falta pode fazer "esse barro redentor". Essa vida, tentação latente, pacto com os anjos para sorver essa tão sonhada liberdade.
Forte abraço, caro amigo!

Tais Luso de Carvalho disse...

Muito bonito, Manuel! A sensibilidade do grande poeta, ao falar de sentimentos, aliada à bela interpretação de Manuel Jorge a quem eu não conhecia.
Perfeito!
Beijo, amigo!

Rogério G.V. Pereira disse...

É belo,
se lido
meu querido amigo

José Carlos Sant Anna disse...

Leve resvalar de "sonho e mágoa" na voz de outro Manuel.
Forte abraço, caro amigo!

manuela barroso disse...

Grande fôlego poético , onde o barro das palavras refulge na inquietação do sonho .
Belíssimo !
Beijo, Manuel

Jaime Portela disse...

Parabéns pela excelência do poema.
Também gostei da maneira como é dito pelo Manuel Jorge. Mas ele acrescentou a palavra "malditos" aos anjos...
Bom fim de semana, caro Veiga.
Abraço.

Manuel Veiga disse...

Caro Jaime,

não foi Manuel Jorge que acrescentou a palavra´
fui quem a retirou, a leitura ajudou a perceber que a palavra
estava a mais,

grato pela tua presença e a leitura atenta

abraço

Suzete Brainer disse...

Como eu tinha dito no poema anterior (Como se mágoa fora),
o caminho do sentir poético atinge a imensidão do traço
da vida, aqui um poema gigante no porta-voz da própria
vida, na sua dinâmica humana do aprendizado do sofrer
(algumas vezes em mágoa se torna...) e do sonho, no
exercer a liberdade de escolhas, e quando se sente
poesia, este fogo da criação e recriação de ser voo
na "inquietação dos anjos"!...
Parabéns, meu amigo.
Este poema evoca ser declamado e como foi tão bem declamado!!!...
Concordo com o perfeccionismo do amigo poeta, em retirar a
palavra "malditos", ficava a arranhar na estrutura
melódica do poema. Eu tenho a mesma sensibilidade
perfeccionista, por isso, compreendo...rss
beijo.

Ailime disse...

Um poema maravilhoso muito bem lido por Manuel Jorge.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Teresa Almeida disse...

Um poema que nos catapulta a outra dimensão, com dinâmica, génio e musicalidade.

E a declamação rente à palavra.

Parabéns, amigo Manuel.

Beijo.

Ana Freire disse...

Excelente poema, Manuel!
E a liberdade, é isso mesmo... a descoberta de que caminhar rente aos pés... já não nos chega... e podendo sonhar-se com algo mais... parte-se em busca da materialização do sonho...
Adorei o poema em ambas as versões... lida e ouvida...
Beijinho! Bom resto de domingo!
Ana

Olinda Melo disse...


A liberdade aqui neste poema é Senhora e Rainha. Ela é inquietação e chama que impulsionam a acção na construção do presente e do futuro. Os homens, as pessoas, terão de olhar longe para além do horizonte a fim de descobrirem formas de se colocarem acima da sua condição de simples barro.

Um belíssimo poema, Caro Manuel Veiga.

Abraço

Olinda

Graça Sampaio disse...

Poesia - gosto mais de ler do que ouvir.

E esta forma de roçar pelos deuses tão próxima do Reis de Pessoa - gosto, gosto!

Beijinho.

LuísM Castanheira disse...

...e dos Homens os deuses dizem:
- que afortunados eles são;
levantam os olhos, mesmo de rastos pelo chão!
belo poema sobre ser-se livre em liberdade.
um abraço, caro Amigo MV.

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