sábado, março 24, 2018

CÂNTICO DA PÁSCOA


 “Que querei daqui, vós, portentosos sons
Que do Céu vindes procurar-me no pó?
Soai antes onde há corações bons
A mensagem bem a oiço, porém, falta-me a fé
E o milagre é da Fé o filho amado...”

“Àquelas esferas não ouso aspirar
Donde me vem a boa e doce nova;
Mas quando o som se renova
À vida novamente quero voltar...”

“Então descia em mim a benção
Do Céu, na paz do Sábado, serena
E a voz dos sinos, de presságios plena;
E era um prazer fogoso a oração...
Um indizível anseio me impelia
A floresta e campos correr
E, entre lágrimas ardentes, sentia
Que em mim um mundo começava a nascer...”

“O Canto (da Páscoa) veio lembra-me os jogos de infância
Da primavera a festa livre da alegria;
O ânimo infantil sustenta-me a lembrança
Que do derradeiro passo me desvia...”

“Ressoai, ressoai doces hinos do Céu!
Lágrima, corre! ... Terra, aqui estou eu!...”

in “Fausto” – Johann Wolfgang Goethe
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Uns breves dias ausente
Beijos e abraços



14 comentários:

Larissa Santos disse...

Muito bom:))

Hoje:- [Poetizando e Encantado] Criança que quero ser...

Bjos
Votos de um Sábado Feliz.

Tais Luso de Carvalho disse...

Lindo o Cântico da Páscoa, onde envolve a fé, a nossa infância, nossas memórias... E passou o tempo, crescemos, amadurecemos, sabemos o real sentido das coisas, mas fica aquela doce lembrança da infância, aquela magia que é própria dos inocentes!

"O ânimo infantil sustenta-me a lembrança
Que do derradeiro passo me desvia..."

Que bela postagem, meu amigo!
Deixo nessa postagem os votos de uma feliz Páscoa pra você e os seus!
Beijo.

manuela barroso disse...

Conquanto que a fé possa andar distante, não deixa de algo que nos é intrínseco, se alimentar deste tempo muito particular onde pelo menos as recordações nos traz a nostalgia das flores brancas- as aleluias- que se abrem com a luz ainda que tímida do sol esquivo, estranho, diferente. É com certeza a serenidade dos sinos neste indizível bem-estar que nos aporta nem sabemos onde.
"Ressoai...doces hinos do Céu! Lágrima, corre!.."
E escolheste um grande vulto do Romantismo, Manuel.
Gostei imenso.
Bom descanso
Beijinho grande

_ Gil António _ disse...

Bom dia. BRILHANTE é a palavra certa para elogiar tão maravilhoso poema Pascal.
.
* Mulher de Pedra, dormindo entre a Verdura. (Poetizando e Encantando). *
.
Domingo feliz
Cumprimentos poéticos.
.

MS disse...

Um cântico de Páscoa que poderia ser escrito por ti.

Feliz Páscoa !

Olinda Melo disse...


Obrigada, Caro Manuel Viegas, por este lindo
Cântico da Páscoa. Encheu-me o coração de
alegria e boas recordações.

Tudo de bom nesses dias de ausência.

Abraço

Olinda

Agostinho disse...

Por que razão a inquietação racional não nos resgata a fé inocente da infância perdida.
Magnífica peça, aqui.
Boas férias.

Graça Pires disse...

Ao contrário de Goethe o Canto de Páscoa lembra-me outras coisas menos boas da infância que não tive.
Uma boa Páscoa.
Um beijo, meu Amigo.

Suzete Brainer disse...

Amigo Manuel,

Uma releitura preciosa e singular que
nos (re)conecta com essência sublime
do sentir...
A renovação se possível, com este sentir
inocente da criança interior!

Feliz Páscoa para ti e família!!

Bjs.

Teresa Almeida disse...

Que a tua Páscoa seja maravilhosa como este cântico e que não deixemos morrer a criança que em nós habita.

Beijo, Manuel.

Emília Pinto disse...

Não conhecia este " cântico de Páscoa e gostei muito, Manuel. Muito obrigada pela partilha e desejo-te uma Santa Páscoa e que aproveites bem esses dias de descanso. Um beijinho, amigo e até breve
Emilia

Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

Este é um poema soberbo de um autor inigualável.

Convidamos-vos a ler o capítulo VII do nosso conto escrito a várias mãos "Voar Sem Asas"
https://contospartilhados.blogspot.pt/2018/03/voar-sem-asas-capitulo-vii.html

Votos de Feliz Páscoa!
Saudações literárias

Odete Ferreira disse...

Belíssimo. Envolvente!
Grata pela partilha.
Feliz Páscoa, Manuel. Bjinho

rosa-branca disse...

Maravilhoso cântico da Páscoa. Também não conhecia e adorei. Boa Páscoa meu amigo é beijos com carinho

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...