domingo, abril 28, 2019

MEMÓRIA DE UM PERFUME...


Quero atar a flor ausência
Em laço azul de seda e nela me amarrar
Cativo ainda.

E beber o frémito do silêncio
Como memória de um perfume
Que à distância inebria

E quero o murmúrio de um poema
Que nada diga - apenas mágoa! …
E uma cabana abandonada
Que se visita
Em peregrinação
Devota…

Manuel Veiga





 

13 comentários:

Jaime Portela disse...

Alguns perfumes ficam na nossa memória...
Magnífico poema, gostei imenso.
Caro Veiga, um bom domingo e uma boa semana.
Abraço.

luisa disse...

Cativo da saudade, o poema diz sempre algo.

Tais Luso de Carvalho disse...

Que belíssimo poema, meu amigo Manuel! O título já encanta.

E quero o murmúrio de um poema
Que nada diga - apenas mágoa! …
E uma cabana abandonada
Que se visita
Em peregrinação
Devota…


O piano, belíssimo!
Beijo, uma boa semana!

Teresa Durães disse...

Um tempo de paragem e reflexão?

Larissa Santos disse...

Brilhante:))

Hoje :-Silencia-me nas palavras que te escrevo

Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.

Graça Pires disse...

"Quero atar a flor ausência
Em laço azul de seda e nela me amarrar
Cativo ainda." Que magnífico começo de um poema todo ele lindíssimo!
Uma boa semana, meu Amigo Manuel.
Um beijo.

Teresa Almeida disse...

Devotos e cativos de murmúrios. E de perfumes que a a flor ausência exala.

Um poema inebriante a merecer um laço azul de seda.

Não há como me desamarrar de tão belas imagens!

Beijo, caro amigo Manuel Veiga.

Ana Tapadas disse...

Quase uma ânsia eremita. Esse é o Poeta!

Beijo

Agostinho disse...

O Poeta é exímio fazedor de enredos.

A distância inebria o cativo
e o desejo encurta o caminho
A flor volta à cabana cativa?

Abraço.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Amigo Manuel, dentre os versos deste seu poema, fruto de arte e esmero, destaco uma de suas belas estrofes:

"E beber o frémito do silêncio
Como memória de um perfume
Que à distância inebria"

Meus cumprimentos ao poeta e amigo.
Agrande abraço.
Pedro

Ana Freire disse...

Maravilhoso, este perfume... com aroma de saudade... brilhantemente deixado, pelo seu inebriante talento, Manuel... e escolha musical... que adorei!!!
Uma música para sempre intemporal!...
Magnifica dupla... de palavras e música...
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

José Carlos Sant Anna disse...

E só posso deixar cumprimentos pelas belas imagens, pois nelas me transpareço com a devida permissão do poeta. Um belo exercício na frágua do perfume que "a distancia inebria".
Um grande abraço, meu caro poeta!

Genny Xavier disse...

Os perfumes são tão sutis! pois que se propagam no silêncio...quanto a sutileza da ausência que provoca o frêmito das sensações da alma...quanto um poema que nada diz, mas inebria...

Meu abraço.
Genny

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...