Abrem-se os braços à colheita - nem rosas, nem cardos.
Breve o desfilar dos dias em que me planto nas palavras.
São beijos? São afagos?
São glórias passageiras a baterem como asas
Que voando se despenham...
Quem por mim as toma? Quem as agarra?
Nada quem as queira. Apenas o sussurrar
Quente da cigarra. Apenas o vento
E o logro em que inúteis se desenham...
Neste mar de brasas em que ardo
Nesta fome de lonjuras em que me fito
São as palavras tudo-nada. Barco sem remos de meu grito...
Náufrago das palavras em que me jogo:
- Amores sem tempo nem memória. - Nas palavras me dou
E em amores me finjo.
Que amando sou. E em palavras minto...
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27 comentários:
Poeta
também tu um fingidor
que muito estimo
Vai por aí
Abraço amigo
Um abraço amigo
(sobre uma poesia ......linda)
Outro,
a ajuntar a outros belos poemas
aqui produzidos!
Um abraço
Belíssimo poema!
Deixaste-me sem palavras!
Beijos. e mais beijos
" O poeta é um fingidor..." mas nem por isso as suas palavras deixam de encantar aqueles que tanto apreciam esse género literário. E o teu talento, amigo, quer para a prosa, seja ela ensaio, crónica ou de outro tipo qualquer assim como a poesia deixam-me encantada.
Que a mão nunca te doa nem a voz te falte.
Com afecto, deixo beijos.
Belíssimo.
Tempo de náufrag(i)os.
E a Poesia sempre aqui.
Onde nos agarramos, ferro anti convulsão.
Bom sábado, Herético.
Mais um excelente poema!
Parabéns! Ah! E o blog fica riquíssimo com eles! Digo eu....rsrsrs
:)))
enternedor e tocante, meu caro herético...poesia profunda e bem encantatória.
abraços,
véu de maya
as tuas palavras são certamente tudo. pois não dizemos a verdade, mentindo? belo, belíssimo poema.
beijos
As tuas palavras
ondas de maré-viva
a rebentar em espuma branca
e tu naufragas bem ancorado nelas.
:)
"... em que me planto nas palavras"
palavras descarnadas da terra pelas canções do vento
palavras mantos de luz
Bom Dia
POETA, Herético,
fantásticas palavras... sempre :)
passei para desejar que tenha um dia (que 'dizem' ser da Mulher!) muito Feliz! seguido de muitos outros não menos fantásticos!
deixo um abraço, o sorriso de sempre e saudades!
mariam
"Neste mar de brasas em que ardo
Nesta fome de lonjuras em que me fito
São as palavras tudo-nada. Barco sem remos de meu grito..."
As "palavras", sobretudo escritas, condenaram-nas à morte...
em palavras mil se desmente a própria vida.
que sendo tanto naufrágio tb pode ser ponte. como a que deixa aqui.
no sentido múltiplo de quem sabe delas. as palavras. que resistem.
pelo seu punho.
abraço. M.
"São as palavras tudo-nada. Barco sem remos de meu grito..."
Gostei mesmo. Um abraço.
fiquei rendida...
este poema tem passagens muito bonitas.
parabéns!
E em palavras minto...
porque para isso também as palavras servem, para nos escondermos em vez de nos mostrarmos.
'amores sem tempo nem memória......'
quando sentimos secar o amor a seiva deixa de alimentar a nossa alma e a memória apaga-se dela.
é esta a verdade, sim...
Olhe, Senhor Herético, mesmo que minta, até apetece ficar aqui a ler coisas tão românticas. Ai, ai...
Respeitosas saudações.
belo-muito belo!
( tanto que tenho voltas dadas
sobre as coreo-gra-fias circulares
das palavras
sobre os seus enganos
sobre os seus perfis de nada
sobre as suas insidiosas
máscaras!
,,,
beijO
~
Então naufragaste em beleza. "Que amando sou. E em palavras minto...". Assim ou vice-versa. As palavras são a verdade e o disfarce. O amor também.
Belíssimo. **
Finalmente... finalmente... O Poeta que (re)conheço está aqui em pleno!
"...Náufrago das palavras em que me jogo:
- Amores sem tempo nem memória. - Nas palavras me dou
E em amores me finjo.
Que amando sou. E em palavras minto..."
Deixo um beijo sedento dessa poesia que aquece a minha alma. :-)
tal como o poeta
também eu me finjo em palavras
depois olho o espelho
e procuro-me
bj
a.
Um dos teus mais conseguidos textos, pelo menos para mim...
Um abraço.
Vim bisbilhotar. Li o poema. Voltei a lê-lo, desta vez em voz alta. Fiquei rendida.
Um abraço
Para Ti: Tu, poeta, és o enlace entre a alma e o humanismo, a única e singular assinatura do mundo - o respeito, o afecto e amizade que damos uns aos outros. Gosto de Te Ler...
Poeta
Tu sabes, não sabes!
Como, por vezes,
(...)
uma rosa, uma quimera
é, por vezes, um murmurar
de silêncios…
que só ao poeta lhe é dado
o condão de decifrar.
(...)
sonhos adiados, escondidos
risos e lágrimas que desaguam
junto do rio,
um fio de memória.
(...)
Ah! poeta
Tu sabes, não sabes!
Como, por vezes,
é difícil fazer o sol brilhar.
cerne e o verso
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