segunda-feira, novembro 30, 2009



Nada
Apenas Magritte na paisagem
Sob a árvore
E a majestosa gralha
Cuidando as penas depois da chuva
Breve

E o caprichoso melro circular
Em voo trinado
Assediando o galho
E o sol ligeiro.
Por certo o beijo

Apenas melro e gralha

No céu
O anjo negro cavalgando a nuvem
Assim eu descendo nas asas do milagre
Sem outra grandeza ou glória
Ou outro instante de lume

Apenas
A repentina gralha
E o voo do pássaro
Ou a neutra rosa
Afadigando-se em ser

Talvez Magritte
Tecendo apenas as cores da árvore

27 comentários:

jrd disse...

Talvez Magritte tecendo as cores da árvore que "não é uma árvore".
Muito bom.
Um abraço

Maria disse...

Talvez o melro e a gralha
na copa da árvore
ou apenas Magritte
tecendo o beijo...

Beijos

jawaa disse...

Gosto de pássaros e das palavras com eles. As tuas.
Um abraço

C Valente disse...

quando a arvore é vida
Saudações amigas

Nilson Barcelli disse...

"Assim eu descendo nas asas do milagre
Sem outra grandeza ou glória
Ou outro instante de lume"

Gostei desta parte, mas todo o poema é excelente.

Abraço.

GP disse...

Gostei do melro. Gostei da gralha.
Bonitas palavras.

Beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Talvez Magritte
talvez o beijo na arvore
ou no tempo
ou apenas o poema.

achei o poema excelente.

uma boa semana!

um beij

o Reverso disse...

não "talvez Magritte" mas, "decerto Magritte gostaria" deste belo poema, tanto como eu gostei.

Branca disse...

Belo poema!!!


Deixo um beijo e meu desejo de um excelente dia pra vc!

pessoana disse...

Admirável heresia!
Ou devo dizer: "invejável"?:-)
Magritte, nem de propósito. Parece que também ele vem desta Gotham City! Coitado!

Arábica disse...

Talvez melro e gralha voem.

As palavras, essas, ficarão desenhadas nos ramos,
na incógnita de um talvez.

Abraço

© Maria Manuel disse...

fabuloso este poema. excepcionalmente construído.

abraços.

São disse...

Faço meu o comentário de Nilson Barcelli...esperando que me perdoem ambos.

Um abraço.

Gabriela Rocha Martins disse...

segui o melro e a gralha depois de ter deixado Magritte sentado no sofá da sala

( prometi.lhe que não demoraria )

a gralha riu.se
o melro não ligou

e eu
rendi.me ,incondicional mente ,ao poema



.
um beijo

Oliver Pickwick disse...

Me lembrou os versos de uma canção brasileira:

"Quero ver o passaredo
Pelos portos de Lisboa..."

Mas, a alegoria por trás da sua passarada é mais tocante e profunda.
Um abraço!

Zica Cabral disse...

gostei. Muito !!!!!!!!
Um abraço
Zica

Maria P. disse...

Sublime.
Regresso e fico gosto.

Beijos*

ausenda hilário disse...

Talvez pássaro tecendo o ninho... do poema!

Belas...as palavras!

Beijo

Jorge Castro (OrCa) disse...

o melro, a gralha e Magritte
e no entristecer da tarde
haja alguém que assim nos guarde
um Herético que espevite...

;-»

Grande abraço.

gaivota disse...

talvez...
muito lindo este poema!
beijinhos

MagyMay disse...

É um nada, um breve, um apenas ou um talvez... plenos de tudo!

Beijos de bom fim de semana

luis lourenço disse...

O toque de sublimidade que faz a grandeza da poesia. Perfeito.

abraços

Licínia Quitério disse...

Poderia Magritte adoptar este poema que é, também ele, um quadro. Que feliz ligação de quadro-poema. Liiindo!

mdsol disse...

Muito bom

:))))

Mel de Carvalho disse...

A sua poesia fala por si mesma. Grande. Enorme.

As minhas palavras só podem ser de
profunda admiração.

Fraterno abraço
Mel

GS disse...

'Nada?!
Apenas Magritte na paisagem...'
Magritte já é tanto nessa arte quase 'zen'!
E tanto continuou na alegoria de teus versos que pintas com arte maior!

Um beijo afectuoso,

M. disse...

Da beleza simples das coisas.

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