Curva-se o ombro da tarde
Na luz coada
Como se o tempo
Fora apenas o rasgar da nuvem
Sobre o Tejo...
Suspende-se o olhar sobre a janela
E o ar agora baço
É apenas o esvoaçar da ave
Ferindo o nevoeiro...
O grito da outra margem -
Gingão o cacilheiro
E o cais deserto...
Nem ontem nem hoje -
Apenas o reflexo da tarde caindo
Sobre o Tejo...
...................................................
Bom fim de semana
Beijos e abraços...
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
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23 comentários:
Belíssimo!
Poema com vista sobre o Tejo intemporal.
Abraços
E o tempo´será muito mais do que o rasgar da nuvem por sobre o Tejo ao lado do desertado cais?
Bons sonhos.
O poema faz-me reviver imagens minhas conhecidas!
Belíssimo!
Bom fim de semana.
Beijos.
Maria
Tão bonito...
Gosto do cacilheiro 'gingão'!
Bom fim-de-semana para ti também.
Beijos
Lindo! Do local onde trabalho vejo o Tejo, mas nunca o tinha olhado assim. Bom fim de semana.
Abraço
belo poema. Parabéns!
Já vi vi no outro lado
e como é belo ver o entardecer sobre o tejo
beijos
A beleza do Tejo, o cais de partida e chegada...
Um beijo
Chris
Talvez o tempo seja mesmo, apenas, um rasgar de nuvem
Gostei de passar por aqui...
Saudações
Muito bonito, herético.
O nosso Tejo... os cacilheiros...sempre!
Beijo e boa semana
(Sublime o poema...)
O rio Tejo está no meu imaginário como uma longa e distante noite em Paris rsrs longe bem longe e tão belo como a poesia.
Invejo quem o tem por perto e pode sentir o cais deserto, o grito do cacilheiro.Bonito .
"...Quem está ao pé dele está só ao pé dele." , não é isso ?
As tuas palavras
também
respiram por guelras
Abraços
um tempo existente no limbo
tenho inveja de quem vive junto ao rio. aqui, onde vivo, há um muito pequeno, que quase nunca vejo... não passa perto de mim. adoro o tejo, o brilho das águas, atravessá-lo de cacilheiro, o que faço tão raras vezes... seria uma alegria vertê-lo num poema :) um beijinho, heretico*
Estimado Herético,
a sua poesia tem a firmeza das rochas sãs e a leveza do voo opinado das gaivotas.
"Suspende-se o olhar sobre a janela
E o ar agora baço
É apenas o esvoaçar da ave
Ferindo o nevoeiro..."
PS: reli, por reviver na memória, as "esquinas do tempo" de Rosa Lobato Faria. reli neste fds, e, hj ao ler este seu poema, quando nos diz
"Nem ontem nem hoje -
Apenas o reflexo da tarde caindo
Sobre o Tejo...", não pude deixar de a lembrar, se, em todo o livro se explana a ideia de que o tempo é um construto...
Herético, deixo um fraterno abraço
Mel
Lindo...
Beijos*
Um excelente olhar poético.
Gostei imenso do poema.
Boa semana, abraço.
E não precisa mais nada.
Está tudo dito!
Amanhã é novo dia, (claro)!
PS: Eu não quis dizer dia claro, claro, bem entendido!
Um forte abraço
lindíssimo este pedaço de nostalgia,em expressão poética intensa.Bravo,Poeta.
abraços
Sem entrar em qualquer tipo de comparação, que não é disso que se trata, achei curioso como eu e tu abordámos o mesmo tema em tons diferentes. Tu falas do ombro da tarde e eu dos degraus. Em ti o rio, em mim a floresta. Em ambos aquela doce/amarga nostalgia de um fim de tempo.
E por palavras temos a sorte de nos irmos continuando.
Um abraço, Herético.
Há algo de soberanamente belo nos cais do tejo. Talvez seja a agitação adivinhada do mar a seus pés. Ou a luz que incide desmaiada nos braços do casario. Ou o silêncio. Ou a espera.
Abraço.
o Tejo sempre me inspirou, também vejo que aqui foi a sua fonte de inspiração.
muito bom!
beij
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