Estamos aqui no centro
(Que as margens são mera circunstância...)
E sabemo-nos mais que desfiladeiro
Ou passagem secreta de cavalgadas
No turbilhão dos dias...
Gestos de cristal puro
E brilho solar de coisas tão banais
Que os homens as inscrevem talvez sem o saberem
Como meta no quotidiano de cinza...
Dizem-nos derrotados no licor dos elogios
Como se fossemos história passada apenas
Nossa força porém
Não tem destino à vista...
(Na vertigem da águia o abismo é alimento!)
E lá onde o coração bate e o fogo se atiça
Como forja de um tempo onde a palavra se faz arma
(E a lágrima poema) aí onde ombro com ombro
O suor das sementeiras e os cânticos se misturam
Desenha-se a centelha e a forma
No rosto da pedra hora a hora esculpida...
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19 comentários:
A sua poesia, caríssimo Herético, é, aliás como sobejamente já lhe dei nota aqui, de elevado quilate, fino corte, conjugando sempre o saber de quem e onde
"o coração bate e o fogo se atiça
Como forja de um tempo onde a palavra se faz arma": a sua veia política.
Um bem-haja pela generosa partilha
Abraço fraterno
Mel
...e as palavras depuradas se despenham.
Sublime!
Um abraço
A palavra há-de sempre ser arma.
braço
Que bela a "escultura" das tuas palavras.
Beijos
Um intervalo nos meus afazeres a permitir-me um pouco mais de tempo para visitar casas conhecidas onde, como nesta, a poesia se mistura bem com os textos a que chamarei de "reflexão cívica".
Ai das palavras
se não forem armas
com coração
Abraço poeta
e os abismos
que da inércia se vão cavando
es cavacando a centelha
que um dia foi sonho
sementeira de prodígios
hoje, na ausência do canto,
hora após hora
sevai perdendo.
_____ um enorme abraço
Belíssimo poema! E essas margens que são mera circunstância são um verdadeiro achado.
Um beijo daqui, do meu lado do mar, onde o outono anda com ares de verão.;)
E o coração continua batendo por aqui também .Entre desfiladeiros rs
Maravilhoso poema.
Bom passar por aqui e voar como a águia em busca do alimento.
Obrigada, abraços abraços
um beijo querido herético..............................
(com td o meu coração...)
Mais um dos poemas que me fazem sentir feliz por haver pessoas como tu, que acreditam, como eu, que a
«Nossa força porém
Não tem destino à vista...»
Abraço
a poesia é um abismo em que nos alimentamos, quais águias em voo célere. gostei muito, heretico. um grande beijinho.
Excelente poema, uma espécie de "gesto de cristal puro" que delicia quem o lê.
Boa semana, abraço.
Uma verdadeira esculutura poética.
na sua grandeza granítica.Excelente.
abraço
um excelente poema!
abraço.
gostei muito e vou levar um bocadinho :)
bjo
Talvez o "sabermo-nos" seja maior que ignorância dos outros...
(intensamente bonito)
Abraço
Lá onde bate o coração e se esculpe, hora a hora, a pedra.
É um poema emocionante, um poema em vertigem, como a águia...
Obrigada.
Beijo.
... é nesta tua 'faceta' que gosto de 'te' ler e tanto admiro!
Relembraste, em teus versos, 'áureos poetas'!
Um beijo
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