Sob a estridência do sol a oliveira
E esta ilha de sombra. E a cigarra descuidada.Arremedando a ceifa. Como se a cidade seara fora.
Apenas feira …
Os corpos distendidos embora.
Derramados na canícula. Inertes na envolvência dos sons. E Belém ao fundo…O Tejo segue seu curso. Caravelas agora
São os hunos que passam. E pasmam.
E velharias coloridas. E o fado nosso que de eterno
Tem apenas a velhice. E a sornice…
Que venham pois os poetas da cidade
Com O´Neill à cabeça. Ou o Cesário. Ou a Pátria de Junqueiro
Pois embora não pareçam todos são
Quinquilharias…
18 comentários:
O Tejo é sempre novo e Lisboa é minha cidade-berço...
Feliz semana.
Adoro quinquilharias.
... e vai lavando as águas.
Abraço
o Tejo é sempre o Tejo!
será sempre uma das minhas fontes de inspiração....
beij
Quem tem Camões a inspirar
...Lisboa, Coimbra ,Porto, Fátima
Torre de Belém e o rio Tejo ?
estão chorando porque? rs
nao podem deixar minguar essa veia poética que o fado e suas guitarras produzem , velhice bonita.rs
O poema é bonito muito bonito e se nao fosse a pitadinha ironica não seria de um coração portugues rs
deixo um trechinho de um poema bem apropriado pra essa lindeza que é Portugal:
- "longas são as viagens das aves de arribação
mas vale a pena cruzar mares e ares pra alegrar o ninho de outra primavera."
voce são lindos com sotaque e tudo rs que a Primavera traga bons ares pra voce heretico
abraços
viva o Tejo! dane-se o FMI rs
( sem entender nada de politica)ok?
mas li sobre as exigencias dos caras .
Visão amarga do que nos rodeia com Tejo ao fundo...
Abraço
O Tejo é o caminho mais curto de Massamá para a África :))
Abraço
Ai os poetas da cidade...
E Cesário? Não o referes por ser verde, deves ser benfiquista!
Brinco contigo, já viste.
Uma beleza. Amei o teu poema.
um abraço
Jawaa.
o poema mais de quem o escreve
é de quem o lê - aqui fica o Cesário, com todo o gosto... rss
beijos
Carlos Queiroz, poeta hoje em dia tão esquecido, disse
"Só fazemos bem
Torres de Belém?"
Terá razão? Temo que sim...Na inevitabilidade dos dias sucedâneos, os rios rumam os destinos que, sendo seus, são o sal de um povo que já deu vastos mundos ao mundo. E se esqueceu da força que tinha (tem).
Que povo é este, que povo???...
Fraterno abraço
Mel
E a cigarra descuidada...
Muitas, demasiadas, diria eu...
Este poema prima pela excelência. Parabéns, caro amigo.
Abraço.
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Há um certo desencanto em seu belo poema...
Beijos de luz e o meu carinho!
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ao ler o seu poema e porque o Tejo é sempre o meu rio lembrei de outro que aqui deixo:
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
de roubos, fomes, terrores,
lava a cidade de quantos
do ódio fingem amores
Leva nas águas as grades
de aço e silêncio forjadas
deixa soltar-se a verdade
das bocas amordaçadas
Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
casebres bairros da lata
leva negócios e rendas
que a uns farta e a outros mata
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava avenidas de vícios
vielas de amores venais
lava albergues e hospícios
cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
vãs glórias, ocas palmas
leva o poder dos senhores
que compram corpos e almas
Leva nas águas as grades
...
Das camas de amor comprado
desata abraços de lodo
rostos corpos destroçados
lava-os com sal e iodo
um abraço
Tudo se move
até as águas do nosso Tejo
Abraço
"Tejo que levas as águas... lava a cidade de mágoas...
Gostei muito do poema...
Um beijo.
... bem! Não sei que que te acrescente!
Lindo! Lindo! E depois 'os poetas da cidade' deixaram-me divagando... O'Neill (pois claro, que falta faz), Cesário, doce Cesário, e Junqueiro!
Quase ninguém fala deles :(
Um beijo,
(sempre atrasada mas presente num agradecimento profundo da tua amizade em 'fragmentos')
Meu caro! Poética Nostalgia.Mas Lisboa e o Tejo terão de ser sempre grandiosos. Como O Porto e o Douro.
abraços,
Véu de Maya
Tanto é o que falta aos tantos que se somem nas margens...
Um abraço
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