"Três
anos passados depois do início da crise financeira global e todavia a economia
mundial cresce a um ritmo lento e doloroso, com os Estados Unidos e a União
Europeia enfrentando níveis de dívida pública sem precedentes e uma grande
incerteza económica.
Durante
os dias mais negros da crise financeira nos finais de 2008, a China pôs em
marcha, com outras importantes economias desenvolvidas e economias emergentes,
ambiciosos planos de estímulo, ajudando a estabilizar os mercados financeiros
globais e tirar com êxito a economia global do abismo insondável em que se
encontrava…
No
entanto, as medidas de estímulo em vários países estão a perder ímpeto e os
sectores privados falharam a sua tarefa de liderar o crescimento económico.
Estes sinais negativos, juntamente com os níveis de dívida e do deficit
insustentáveis em muitos países desenvolvidos, significam que actualmente a
economia mundial se encontra sob uma pressão substancial.
Para
os Estados Unidos e para a Europa a pior parte do declinio económico é que se
encontram com pouco espaço para manobrar no que diz respeito a políticas que
lhes permitam melhorar as economias, como se passou há três anos. As taxas de
juros de referência já se encontram nos mais baixos níveis históricos no
Estados Unidos e, na Europa, os governos estão com falta de liquidez pelo que
não podem pensar em novos estímulos fiscais.
Olhando
de fora, a China, com forte crescimento económico e vastas reservas de divisas,
poderia jogar um papel positivo no momento de procurar uma solução para a
situação actual, mas teria que levar a mudanças fundamentais na imperante e
incorrecta maneira de pensar as trocas chinesas com o mundo desenvolvido.
A
China poderia ajudar os Estados Unidos e a Europa se estes desistissem das suas
medidas proteccionistas e abrissem os braços de uma maneira sincera aos
investimentos chineses, permitindo à China aproveitar no máximo as suas
reservas de divisas. Os investidores chineses têm vindo a queixar-se que são
discriminados em alguns países desenvolvidos, especialmente em áreas
politicamente sensíveis, como a energia e as infra-estruturas de
telecomunicações.
Uma
forte oposição aos investimentos chineses nos Estados Unidos e em alguns países
europeus poderá advir de erradas preocupações sobre segurança nacional ou
também ser fruto de puro proteccionismo, ou de um sentimento negativo do género
“os chineses estão a comprar coisas no nosso território”.
Esta
tendência em procurarem desculpar-se com os investimentos chineses poderá
custar caro, não só aos investidores chineses que procuram crescer a âmbito
geral, mas também aos Estados Unidos e alguns países europeus que estão a
afastar uma das áreas mais prometedoras, onde os países desenvolvidos podem
trabalhar conjuntamente com a China para controlar a actual crise.
É importante
que os Estados Unidos e a Europa compreendam que o investimento estrangeiro
directo da China está focado numa estratégia em que ambas as partes ganham e,
quando se examina com imparcialidade é forçoso reconhecer que bastante inócuo
quanto a afectar a segurança nacional do outro pais.
Por
exemplo, a China com as suas nutridas reservas de divisas e a sua ampla
experiência poderia ajudar os Estados Unidos a renovar a sua rede de estradas,
pontes e sistemas ferroviários obsoletos. E, na Europa, o dinheiro chinês
poderia fazer muito mais que comprar títulos de dívida, uma vez que ambas as
partes poderiam por em marcha numerosas iniciativas de cooperação potencial, no
que se refere a serviços financeiros, inovação, energias renováveis e em
economias de baixo teor de carbono, com benefícios mútuos.
E o
que é mais importante, se os Estados Unidos e a União Europeia continuam a
olhar os investimentos chineses com maus olhos, podem assombrar as dúvidas sérias
da parte chinesa acerca da sinceridade destes países no momento procurar uma
associação económica de benefícios mútuos, com o país asiático.
Portanto,
os Estados Unidos e as economias da eurozona deveriam adoptar uma visão
racional sobre as normais actividades de investimento da China e librarem-se do
comum argumento da ameaça chinesa”…
in “DIÁRIO DO POVO” – Pequim – 21.09.2011
Tradução da versão em castelhano.
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“Recado” mais claro, clarinho não há…
Será que Durão Barroso ainda fala chinês?!...
Talvez necessite de treinar e dar umas
lições à senhora Merkl…
11 comentários:
Que post mais a propósito...
Às tantas o DB nunca soube falar chinês e sempre foi um provocador infiltrado...
:))
Beijos.
Não é pelo Durão que a Europa vai lá. A China já abandonou o maoismo há mais de trinta anos.
Abraço
Tenho, destas questões, uma visão muito limitada, "provinciana" ou "doméstica"... Não é por serem os chineses a comprar que passo a ver com bons olhos o sector empresarial do Estado a ser alienado. Por outro lado, veria com bons olhos os chineses prescindirem da capacidade de salvar as economias capitalistas e dedicar-se ao seu mercado interno e ao desenvolvimento articulado com outros países/continentes com passado colonial (India, África e América do Sul)como aliás parece estar a acontecer. O resto, que vá para o diabo. Quem não tem já nada a perder...
Em qualquer caso, já estamos tramados pelos chineses... nós e todos os países mais ricos do que nós.
O problema está na concorrência, nos baixíssimos custos de produção chineses.
E, sem barreiras alfandegárias, isto vai acabar mal... muito mal...
Caro amigo, tem um bom resto de domingo e boa semana.
Abraço.
"A China poderia ajudar os Estados Unidos e a Europa se ... "
Ui, com estas ajudas é que vamos mesmo pegar a besta pelos cornos, não haja dúvida. Desculpe o palavreado mas vivo ao rés das Lezírias, e, verdade verdadinha, e não sendo xenófoba, lamento, mas dispenso ajudas destas.
mas pelo andar da carruagem, temo que, em espaço curto sejamos obrigados a aprender chinês ou não falamos a língua dos nossos colonizadores ...
ah pois é!!!
e muito bem visto, até temos o DB que pode dar aulas à senhora Merkl… afinal a colonização é à escala europeia... :)
fraterno abraço
Mel
Durão foi Maoista
no outro lado da China
O meu problema - caso se fundam
é se estâo a preparar algo
para nos fundir
Abraço
Caro Rogério,
a China trata da vida e dos seus interesses, pois bem sabe que está sentada numa montanha de lixo (os seus milhoes de milhoes de divisas)no caso do sistema capitalista implodir...
abraços
Concordo com o amigo Lino.
Um abraço
Antes de mais, meu caro herético, acredito que já estejas melhor de saúde...quanto à saude financeira dos E.U.A e da Europa, se a cura for prolongada, ficam as sequelas da doença; Ora o texto fala clarinho, e o que tiver de ser tem muita força. Haja sensatez, pq os povos não são parvos.
abraços,
Véu de Maya.
Muito oportuno, meu caro amigo. de facto...vêem-s os chineses com "maus olhos"!
A crise que está a abalar parte do mundo e não só a Europa...está para continuar!
Esperemos que não se dê o "efeito dominó"!
Abraço ternurento
E ficam todos a espera de um evento salvador em meio a tantas oscilaçoes !! dizem os especialistas que as portas vao se fechando sem que ninguem tome iniciativas mais consistentes.
penso que nao há solução de curto prazo pra essa crise independente do que poderá vir da China .
Que nao respingue muito por aqui, somos um pais pobre - e sempre aquela maldita estatística de país de terceito mundo que a mídia internacional gosta de alardear , como se mudasse muito o sentimento brasileiro de que como emergentes estamos melhores que os burgueses riquinhos da europa. kkk
nao manjo nada disso e nem há crítica nisso,
apenas constatação rsrs
O Brasil com a mentalidade pequena nao valoriza
o que tem .Um quilômetro quadrado qualquer da floresta amazônica tem mais biodiversidade do que toda a Europa. Mesmo assim, há queimadas todo dia e a corrupção segue sua marcha , todo dia! rs
abraços heretico
como percebes sou fraca em assuntos economicos ,
mal sei como fica minha conta no fim do mês, rs
fique bem , eu volto pra falar de flores rs
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