Comprime-se o
horizonte na órbita dos dias
O azul esmorece
e as vagas são espuma sem memóriaApenas pulsar da Lua no deserto das rochas
E a outra face lamacenta que explode
No quotidiano das algas. E na cor esverdeada dos limos…
Os homens revestem-se de agasalhos. Sombrios.
Até as crianças
se degolam. As guloseimas
São agora a exibição
dos juvenis corpos na impudíciaQue os pais desnudam no lucro das marcas
E no aplauso de plateias. Como se plástico fosse
Oiro de lei das criaturas ou o peso das almas…
Nego-me. Sou apenas cinza na combustão da sarça.
E a pedra rústica em que tropeço. E a hora desmaiada
Da tarde em que desfaleço. E esta teima.
E a agitação da febre. E esta inesperada força
Que em braçadas de náufrago se ilumina…
11 comentários:
Tens - temos - de teimar, hoje e sempre!
Abraço
Na submersão dos horizontes, são os dias batalhados (ainda e sempre) comburentes infindáveis da mais bela poesia - assim considero a que aqui se lê.
Bem-haja, Herético
Fraterno abraço
Mel
Excelente!
Mais um grito neste deserto.
Abraço
Não poeta.
Não te aceito o poema...
É que é chegada a hora
de encostar o belo
ao berro
ao grito
ao pulsar aflito
Naufrago?
De ti?
Nem pensar...
...e deixa de te negar
Um inverno de palavras. Véspera de um outro dia.
E a sublimação da poesia.
Um abraço
Excelente.
Não tenho mais palavras...
Tenho dificuldade para comentar poesia de qualidade com acontece neste poema...
Caro amigo, tem uma boa semana.
Abraço.
... há sempre uma luz
no renascer das cinzas
verdade estampada
Saudações amigas
Este poema é muito forte. Belo.
«E a agitação da febre. E esta inesperada força
Que em braçadas de náufrago se ilumina…»
Um abraço
»
e ainda que eu esmoreça no azul, acho que este poema está muito bom.
um beij
Muito e muito cru. E belo de sinceridade!
Abçs
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