Luísa de Gusmão, nascida em 13 de
Outubro de 1613, era espanhola de nascimento (andaluza) mas revelou-se uma
rainha bastante ciosa dos interesses portugueses.
O casamento entre Luísa de Gusmão e o
Duque de Bragança, promovido pelo ministro castelhano conde-duque de Olivares,
foi uma peça da estratégia de fusão dos reinos de Portugal e Espanha, mediante
a união das duas casas ducais mais importantes e, dessa forma, refrear as
tentativas de rebelião portuguesas contra a dinastia filipina.
Mas Luísa de Gusmão não só não apoiaria
a política de anexação de Portugal como incitou o marido contra o domínio
espanhol, vencendo a sua tibieza e convencendo-o a aceitar a coroa que lhe era
oferecida pelos conjurados e pelo Povo, com a restauração de independência,
após a revolução vitoriosa de 1º de Dezembro de 1640.
Na última hora, na hora das hesitações,
quando o duque de Bragança, convocado por Filipe de Espanha para se apresentar
em Madrid e, por outro lado, intimado pelos conjurados a aceitar a coroa, se
mostrava como sempre hesitante quis consultar sua mulher e encontrou nela a
resposta altiva e varonil de que “mais vale morrer reinando, que acabar
servindo”...
Mas quem hoje lembra a frase que a
História regista? Nem sequer o feriado o 1º de Dezembro nos poupam!...
As “rainhas” actuais são de outra
estirpe. Hoje, como ontem, as classes possidentes e seus representantes nos órgãos
de Estado, tomam partido, não pela independência do País, mas pelo domínio estrangeiro.
Como se o traidor Miguel de Vasconcelos fossem, prestam vassalagem à “imperatriz”
Ângela e, com zelo de serviçais, vergam a espinha perante as ordens da tróica
estrangeira…
A história, no entanto, não acaba aqui. Outras
“Luísas”, que no duro quotidiano da vida actual “sobem, que sobem, sobem a calçada”,
fazem caminho na dura luta pela emancipação social e pela independência do
País.
11 comentários:
Belo texto... Mas um reparo quando diz: "Nem sequer o feriado o 1º de Dezembro nos poupam!..."
Pensou alguma vez que data igual tem a ver com a "venda" de Portugal? 1 de Dezembro foi a data de entrada em vigor do Tratado de Lisboa... Por mim escolhia um feriado com esta outra data
Tantas "Luísas" somos que esperanças sonhamos.
Abç
Obrigada a Rogério Pereira pela preciosa e documentada ligação!
Assim, amigos, nos encontramos a pensar fundo.
Alguém no desgoverno saberá quem foi Luísa de Gusmão?
Abraço
Era uma mulher forte que "chegava aágua ao seu moínho", segundo me recordo...
Infelizmente é isto----uma triste realidade!
Bj da concha!
Mal vai um povo que não aprende com os (as) que escreveram a sua História.
Abraço
um abraço, meu caro. Actualíssimo a referência histórica e a frase da Luisa de Gusmão. "Vale mais saber obecer do que não saber mandar"...será que o mundo anda de pernas pró ar? Cuida também da tua saúde, pq ela é um bem precioso.
abraços,
Véu de MaYa
Excelente texto histórico narrando uma época muito importante do nosso país.
Dona Luisa de Gusmão, uma referência que simboliza o Poder da mulher e rainha.
Gostei do tema do texto que vem na hora exacta... em que se pôe a questão de acabar com o feriado de 1 de Dezembro.
Bom fim de semana.
Beijos.
Maria Valadas
obrigada por nos recordares a história e o carácter de Luisa de Gusmão, este eco da nossa história: “mais vale morrer reinando, que acabar servindo”... os governantes e dirigentes deste país cada vez mais servem, não os portugueses, mas o poder económico, financeiro, deixando-nos a nós a servir ternamente pelas calçadas... excelente texto!
abraço.
Assiste-se a uma decadência dos valores do humanismo tidos como elementares: a justiça, a ética, a verticalidade de carácter...
O capital lidera tudo. O político e o social, bem como a democracia, são um jogo de faz de conta nesta Europa perversa.
Lídia
parabéns por este texto oportuno e com saber histórico.
um beij
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