Letra a letra, António
Como quem
atravessa o sobressaltoE leito rugoso do sentido…
A palavra não tem métrica. Nem máscara.
Apenas encena a dor e a fantasia
E o gesto redentor de quem soletra:
- Letra a letra!…
A escrita são teus passos
E o lastro que deixamos…
E também a pedra bruta que solta a chispa.
E o cinzel que a regista. E o fulgor
Dos dedos derramando a excessiva pauta
Da música que a sublima. Ou a subverte…
E todas as vezes que falhamos…
Fugaz o fogo da Palavra – é bom que saibas!
Cinza de montanhas ardidas na memória
Que somos dia a
dia…
Por isso, letra
a letra, António.
E a palavra certa! ...
17 comentários:
Que pensará o António quando um dia, já homem, ler este poema que o avô lhe escreveu?
Beijo, avô ternurento.
Belo e comovente.
E que letras o Avô lhe vai deixar.
Um neto feliz.
Abraços
muito sábio do avó babado.
um bom ano
beij
Letra a letra contigo ele aprenderá. Belíssimo!
É enorme, e enormemente belo, este poema.
Feliz o António, e em boa hora, por saber do amor dos que o rodeiam, ao caso o avô. Assim fora com todos os meninos do mundo e, por certo, um dia homens adultos, seriam bem melhores pessoas. E o Mundo seria, indubitavelmente, bem melhor.
Gratidão pela partilha
Mel
Vai, certamente, aprender com o avô a palavra certa!
Abraço
Tudo o que de melhor
desejo para o meu
Abraço
O António vai ficar orgulhoso do poema que lhe dedicas, quando for adulto. DE certeza!
Bom ano para ti e para ele.
António saberá que a letra A não é a letra primeira do alfabeto, mas a que inaugurou um mundo e ressignificou o amor, que também começa com A.
E saberá escrever belezas com as letras que aprenderá, também com o Avô!
Lindo poema!
Será um prazer e uma honra, tê-lo em meu blogue, obrigada eu!
;)
É muito belo
saber assim dos novos avós!
Um abraço grande, como a esperança
em olhos de criança.
Agradeço o carinho e cordialidade
que recebi nessa passagem de Ano.
Todas as palavras não
expressa meu carinho e gratidão.
Obrigada por tanta sensibilidade de coração
muito feliz venho agradecer.
Uma linda semana a primeira de 2012.
Beijos carinhos.
Evanir.
Não sei que mais me encanta: se o amor de avô, se a arte de te saberes inspirar na vida que cresce a par com a tua...
Mas, seja como for, um belo poema resulta neste alvorecer de ano novo, para nosso deleite.
A partilha tem esta coisa magnífica: de súbito, fizeste de todos nós um pouco o avô que és. Belíssimo.
Um forte abraço.
Ia perguntar ser o poema uma dedicatória...mas pelos comentários já vi que sim. Achei tão bonito! Se eu recebesse palavras assim, certo que encheria os olhos de lágrimas.
Parabéns/! Um 2012 esplêndido*
porque as palavras são podem se tão vãs como incontornáveis...
aprender a aprender. juntos, homem e menino, é lindo:-)
~
Venho em passos raros e por vezes encontro pérolas. Esta é uma delas.
Fico a desejar,não um Ano, mas muitos anos de cumplicidades entre estes dois homens meninos.
Que sejam eternos.
Um beijo
Quando li o poema não sabia que era um avô a escrever a um neto mas a sensação foi a de deixar uma herança. O que tem de melhor o ser avó(ô) é o poder transmitir o espólio que fomos colhendo ao longo da vida. E é tão bom! A mim delicia-me.
beijo
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