De novo a montanha
como gesto abrupto
Do silêncio íntimo.
Percorro veredas d´ água
Subterrânea e o magma.
E nesse fogo
Se condensam
estalactites. Afectos agora
Evanescentes.
Essências matriciais ainda...
Fecha-se o círculo. Em
redor as brumas
E os rostos. E os
cheiros. E esta pedra
Em que trôpego
desfaleço. A febre quente.
E o suor frio. E o
grito de alma que voa
Qual corrente. Veleiro
sem regresso...
A vida? Esquivas
corsas que de tão lestas
Se pressentem. E apenas
no rasto se iluminam.
Fortuitas são as
horas. Não o caçador negro
Nem o coração da
pedra. Apenas a água
(E sal da lágrima) são
lírios e são heras...
Guardo sôfrego este
silêncio e me retiro.
O fogo é agora esta
paixão: o eco de calcário.
E meus dedos brasa.
Poeira e caliça. E muros
Derrubados. E esta
centelha viva que na queda
Se derrama. Fim de
tarde que ao sol se incendeia...
9 comentários:
Um poema incendiário, cujas lavas voltam ao centro da montanha, desejo guardado de cada um...
Pelo que sei
e é tão pouco
na verdade não somos livres
sequestrados no paraíso
mas sempre as madrugadas
se incendeiam
Abraço poeta amigo
Este teu caminho longo feito agora também de saudade de um futuro em que o sol se derrame sobre os muros.
Assim te leio. Gostei muito, claro.
Todos temos de subir a montanha, não é?
E isso exige esforço.
Um abraço
É belo! Muito!
Beijos.
Mais um belíssimo poema!
Abraço
Paisagem e deslumbramento.
abraço
O que mais gosto no heretico é a forma bonita de fazer poemas ,falar da vida efêmera , das brumas , dos veleiros e seus silêncios!
E, sempre impecável , se 'derramando' em mim, em nós ,como um 'fim de tarde'
Lindo heretico
Montanha essa que vale muito escalar.
Parabéns
no caminho das pedras
na efemeridade telúrica da vida
são as palavras que nos perpetuam
além da carne da nossa carne, dos filhos e raízes que deixamos na vida
enorme a sua escrita! ENORME!
fraterno abraço
Mel
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