Surge Janeiro
frio e pardacento,
Descem da serra
os lobos ao povoado;Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a
novela do Orçamento;
Cresce a miséria
ao povo amordaçado;Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à
fome o povo se estiola,
Certo santo
pupilo de Loyola,Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o
pequeno “sacrifício”
De trinta contos
- só! - por seu ofícioReceber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ
RÉGIO - 1969
Tão actual! Ainda hoje...
12 comentários:
Na praça do Estado do Vaticano
a malta já não olha para os céus
está fixada numa chaminé
Por cá vão fermosos
mas não Seguros
Abraço sempre
Só está datado porque fala em contos
(mas parece ter sido escrito ontem)
só está desactualizado na moeda.
o resto está muito actual.
um beijo
:)
Ai como a genética é tão poderosa!
Beijo
Laura
Espantosa a actualidade. Isso mostra como este país é, definitivamente, ingovernável.
beijo
Lamentavelmente é muito actual!
Abraço
Perfeitamente oportuno, actual e verdadeiro.
Régio nunca "os" poupou...
Um abraço.
Realidades que se repetem. Tristemente.
Um abraço, Manuel
parece feito a papel químico: os predadores querem carne viva...
A intemporalidade do poema é muito trágica para nós...
Muito bom trazê-lo para aqui.
bjs
Até parece que vai ser escrito amanhã (ainda...)
Abraço
Realmente eu tenho razão: Portugal perdeu-se numa curva do tempo e anda à deriva. Ainda hoje!
Um abraço
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