Vicejam espinhos
nas ruinas do tempo
E os rios medem
as margens no sobressalto das árvores...Em seu pudor - ou resguardo - a palavra lateja. Mítica.
Clandestina embora atiça o fervor que germina
Nos rostos calcinados e na amargura dos homens.
E o alvoroço ganha então asas nas veredas do sangue.
E no percurso inóspito dos passos...
As mulheres revestem-se de sibilinos gestos
E soletram a boca das crianças
Nas migalhas...
E erguem o olhar pleno como antigas ânforas
Que repletas extravasam. E minguadas se aprestam
A todas as sedes e a todas as urgências.
E que de mão em mão passam. Gloriosas...
Fecundos são os dias assim (pre)sentidos
Que amadurecem como crisálidas. E se soltam serenos
Na arribação das aves. E nos ritos da memória...
E se advinham no pulsar cálido da cidade
Ainda agora cais. A erguer promessas. E a desenhar velas.
No horizonte líquido do Tejo...
14 comentários:
muito bom
saudações amigas
Na boca das mulheres
o nosso pão
um rio que se move
para lá do azul
A palavra lateja
em cada verso
até ao "horizonte liquido do Tejo"
"Fecundos são os dias assim (pre)sentidos"
Que se cumpra o presságio contido nas tuas belíssimas palavras!
Se quiseres lembrar Catarina com mais pormenor , espreita o "são"
Boa semana
São uma sibilas, as mulheres!
Belo poema!
Abraço
ou, quem sabe, matar as fomes longe da mesa do lar...
abraço e
gostei mesmo
Meu irmão
parece que estás a ser atacado
por um vírus
Esse tipo Castro
filou-te?
meu irmão,
pior que virus - uma verdadeira carraça!
ainda acabo por ter que despachar para teu Dick...
abraço, meu caro.
Cais, ainda agora e já "alvoroço [que] ganha asas" na certeza da viagem.
Inadiável viagem!
Um beijo
Andam melgas por aqui!
Abraço
forte, e com o olhar liquido do Tejo...
:)
'poemaste' com palavras fundas e que extravasam!
Gostei muito!
abraço.
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