“A
revolução do século XX separou arbitrariamente, para fins desmesurados de
conquista, duas noções inseparáveis. A liberdade absoluta mete a justiça a
ridículo. A justiça absoluta nega a liberdade. Para serem fecundas, as duas
noções devem descobrir os seus limites, uma dentro da outra.
Nenhum
homem considera livre a sua condição se ela não for ao mesmo tempo justa, nem
justa se não for livre. Precisamente, não pode conceber-se a liberdade sem o
poder de clarificar o justo e o injusto, de reivindicar todo o ser em nome de
uma parcela de ser que se recusa a extinguir-se.
Finalmente,
tem de haver uma justiça, embora bem diferente, para se restaurar a liberdade,
único valor imperecível da história. Os homens só morrem bem quando o fizeram
pela liberdade: pois, nessa altura, não acreditavam que morressem por completo...”
Albert Camus, in
"O Mito de Sísifo"
8 comentários:
Esse cara é muito bom...este livro em particular eu não li, mas está na lista...
Boa pedida..
[]s
Dele apenas li O Estrangeiro e A Peste mas por eles se vê a sua grandiosidade como escritor!
Abraço
Na verdade temos de aprender a voar com os pássaros
mas também a orientá-los no voo
em liberdade
Abraço fraterno
Concordância absoluta...já se percebeu. Gosto dessa fonte.
bjs
os nossos mortos não morrem...
Há limites que muitas vezes colidem, não por serem incompatíveis - bem pelo contrário -, mas porque facilmente são ultrapassados. A liberdade tem em si mesma algumas fronteiras, e a justiça ( quando justa)é uma das mais necessárias; a que dá a todos o mesmo céu para voar sem descurar o que é próprio de cada um: desde as penas até às asas.
Um abraço
A liberdade é o maior bem e se não a for é o porque não há justiça.
Abraço
Segundo parece, o problema reside descobrir os limites.
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