Quer o poeta
poema distendido
Saltitante melro
de galho em galho
Em seu canto
enamorado…
Ou amáveis
pombas afagando a asa
A debicar o sol
de inverno…
Ou carmesins
lábios mordiscando o bago
De promessas
primevas…
Quer o poeta mas
os olhos são água
E a palavra
ferve na escuridão da sarça
Impotente em seu
clamor de claridade…
…………………………………….
Ó deuses, funestos dias de
hoje
Em que os poemas
colapsam
E os milhafres
sobrevoam a cidade
Assombrando o
coração dos homens!...
Manuel Veiga
8 comentários:
Magistral!
Beijinho
Na claridade densa da tua poesia
eu e os pássaros de sempre
reconhecem-te
meu irmão
Ao poeta nunca é indiferente a realidade.
Excelente!
Abraço
Grito vindo bem do coração!! Muito bonito (como de costume) e muito sentido. Gosto. Gosto mesmo!
(Se um dia decidir reunir estes poemas numa coletânea, terá de lhe chamar «A Sarça» já que ela está sempre presenta.
Obrigada por poemas como este.
o Poeta está sempre atento,mesmo ao voo dos milhafres...
:)
Funestos, longos, frios, feios e escuros, os dias que agora vivemos. Excelente poema!
O meu abraço!
saborear o que faz soltar as ideias...
Adoro! Seria uma bela canção!
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