Fecundas serão as
raízes no coração dos homens
Onde a delicada
flor se incendeia
E as bocas ardem
na busca milenar
Dos dias
solares...
Então as espadas
serão apenas ondulantes flâmulas
No olhar festivo
das crianças.
E a justiça o
gesto puro de colhê-la.
Antes porém será
o cântico da terra revolvido.
E o sangue e a
raiva.
E mil abris
desfeitos.
E os ventres
inflamados da fome.
E o grito das
flores decepadas pelo caule
E os dias
ardidos.
E o voo quebrado
das asas.
E todas as
estradas de Damasco
A aridez dos
desertos.
A vertigem dos
sons virá, porém, atroar os ares
Como trombetas
percursoras da grande catástrofe
Onde se
desempenhem os deuses e heróis de outrora
E a luz e as
trevas.
E os negrumes e sedes
de agora.
E toda a
História será vã.
E todos os
símbolos.
Fecundas serão então
as raízes.
E a Pátria dos
homens o ardente coração
Das trevas.
Resgatadas.
Manuel Veiga
7 comentários:
Na raiz
o coração das pedras
a terra fecunda
que medra
até ser pássaro
Abraço
Na raiz do pensamento
Belo
Belíssima, meu querido Manuel belíssima.
Sua inspiração à flor da pele,hem?
abraço
Belíssimo!
Quando resgatarmos as raízes poderemos de novo cantar as flores.
Abraço
Fica-se sem fôlego perante a escolha decisiva e incisiva das palavras!
Muito bom!
Beijo.
Belíssimo!
Há que resgatar as raízes...
Beijo.
Sempre a esperança (que teríamos sido nós, antes, sem ela?) que as raízes falem? Se não connosco, de nós falarão. Pois fará um século esta Revolução, (quase) sem sangue e tanta amargura resgatada. Nunca será esquecida: orgulho-me, com os meus amigos, de a termos sofrido e vivido.
Abç
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