Na subtil
vibração dos corpos onde os olhares
Se buscam e se
encerram prisioneiros
E a atmosfera se
curva como febre
Muda...
Nessa ínfima
distância entre o jogo e o dardo
Ou nesse
inquieto lugar onde se tecem
Os laços ou se
deslassam os nós
Como peregrinos
barcos...
Na subterrânea
torrente a inundar o peito
E o arfar oculto
das palavras que brotam
E os lábios
calam...
Nessa tensão do
arco onde a música germina
Antes da corda. E
os dedos se fincam
Como o grito do
dorso depois da pétala
E do látego...
Na suave
ardência poema. E na passageira
Apoteose do fogo
antes da água.
(Ou no colapso das
horas...)
O poeta depõe a
inocência dos nomes
Na inconformada
espera. E traça
A iluminura do(s)
rosto(s) em que incauto
Se despenha...
Manuel Veiga
9 comentários:
Uma poética completa!
Vou pelos verbos:
buscar
curvar
mudar
Deslassar
inundar
arfar
brotar
calar
germinar
fincar
O labor, o suor, o poema!
Gostei tanto!
Ainda estou à espera do "Poemas Cativos". Está a demorar...
Beijo
Manuel,
ainda não sei
para que a poesia
me serve
mas
no colapso das horas
quando tiver sede
sorvo-a
quando tiver fome
como-a
Belíssimo, heretico (Manuel?), belíssimo!
Beijos!
"Peregrinos barcos" singrando o mar do peito onde as palavras se desmoronam e se elevam até à inocência.
Tão belo, o poema!
Um beijo, amigo
Acreditar é ver para lá do precipício.
Abraço
Fincam-se os dedos e agarra-se o poema.
Muito bom meu irmão.
Abraço
Mais uma completa teia de palavras. Tão bem escolhidas. Tão bem enlaçadas. Como dois corpos.
Aliás é um poema cheio de sensualidade.
Muito bom!
o poeta entrelaça as palavras
com amor
com ternura
outras com raiva
com ódio
com desamor
mas nunca
nunca
sem a inocência dos nomes
mudos
:)
Belíssimo! Todo o poema é uma sublime construção...
«(ou no colapso das horas»)...assim me toca e é magnífico.
bj
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