domingo, junho 08, 2014

O POETA NO PROSCÉNIO...


Abrem-se os braços à inocência das coisas
Como corolas rubras
No esplendor do Sol-menino...

E o laborioso insecto – bicho alado – bem se sabe
Qual poeta no seio do milagre
Voa e tece fio a fio
A vibração da cor...
E dança a inaudível sinfonia
No frémito do dia...

E neste teatro do Acaso
Sem urgência ou mácula de sombra
Nomes e coisas fundem-se em seu jeito
Sem outra ordem ou arbítrio
Que não seja o lugar certo:


- Como o deslassar do poeta
No proscénio (pagão e puro!)
Ou gota de água
Apenas...

Manuel Veiga

 

 

 

15 comentários:

MS disse...

Continuas a encantar-me com a tua poesia... o acaso é sempre um teatro sem ensaio, por vezes doce, outras nem tanto. Lugar certo?

Muitos parabéns pelo livro que acabas de publicar.

Beijo, Herético

Graça Pires disse...

Apenas... Belo!
Gosto desta poesia habitada por um lirismo imenso onde cada palavra possui uma delicadeza muito própria.
Um beijo, meu amigo.

Rogério G.V. Pereira disse...

Belo, como sempre

MARILENE disse...

O lugar certo! Nem sempre o acaso a ele nos leva. Abraço.

Graça Sampaio disse...

Não consigo encontrar mais palavras que traduzam o meu sentir por esta forma leve e transparente de poetar. E de celebrar a vida!

Parabéns, querido poeta!

jrd disse...

Belo poema.
O poeta não precisa de ensaiar para levar a poesia ao proscénio.

Abraço amigo

Ana Tapadas disse...

Debitar elogios torna-se pouco para a maravilha das palavras que aqui encontro.
Palavras límpidas!

Beijo

Ana Tapadas disse...

Debitar elogios torna-se pouco para a maravilha das palavras que aqui encontro.
Palavras límpidas!

Beijo

Maria João Brito de Sousa disse...

Gosto muitíssimo!

Nunca fui uma boa comentadora, Heretico, tenho consciência disso... prefiro saborear as palavras, encontrar-me nelas aqui e ali. Estas abraçam.

maceta disse...

é bom ler e sentir...

Helena disse...

Amigo, retornando à blogosfera e já visitando os recantos que admiro e que acrescentam verdades e beleza ao meu interior. Gosto de estar aqui! Aprecio teus textos e tua poesia, nesta tua forma tão sincera de se expor.
Estou deixando sorrisos e estrelas no meu carinho e na alegria de estar de volta.
Helena
(http://helena.blogs.sapo.pt)

Lídia Borges disse...


"Gota de água
Apenas..."


E é tanto!

Bj.

lino disse...

Olha para o título, que falta lá um "s". Eu só reparei ao 4º dia.
Abraço

Manuel Veiga disse...

grato meu, caro Lino.

no melhor título cai a nódoa...

abraço

anamar disse...

Belo e rebuscado, como todos os teus poemas.

Abracinho :)

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