No rumor da língua
o gume da ausência
E o poema em sua
luta desamparada
E a palavra
interdita sem glória ou graça
Que a diga...
E, no entanto,
esta água. Apta.
A inundar as
margens e o cais da espera.
E a caprichosa
hora da chegada.
E na boca a
demora
Qual saliva de
sal que queima
E se incendeia
E flameja
Como alvorada
Sonhada...
Ou como fruto
que explode
Em lábios da
fome
Na miragem
Da palavra
Soletrada...
Soletrada...
Manuel Veiga
13 comentários:
quando a "língua" é um símbolo de facto...
É a palavra 'explodindo' versos... Tão sensíveis quando cabem no poder dos poemas!
Simplesmente magnífico o conto "Le Grand Final..." que também aplaudi de pé, no entusiasmo de conhecer o vigor de mais uma obra tua.
Nos sorrisos, as estrelas!
Com carinho,
Helena
«O rumor da Língua» é uma feliz expressão de Roland Barthes que aqui se desenvolve na perfeição. Beijo
Belíssimo imaginário poético, onde as palavras revelam o desejo profundo de quem conhece todas as vertentes do amor...
Um beijo, meu amigo.
Quando o poema é beijo que tarda.
Abraço Amigo
Que esse lindo poema, não fique parado no cais da espera, mas, que siga viagem pelo mundo.
Beijo, heretico!
perfeito!
:)
Se o homem manda-se no tempo,
se temos as desgraças que temos,
O tempo ,parando, voltando para trás
Os poderosos viveria todo o tempo do mundo.
Assim e felizmente ninguém manda
O tempo passa mais "rápido" ou lento de acordo com o nosso estado de espírito
Saudações amigas ,
Já tinha saudades deste vigor, desta força!
Muito lindo! (copiei...)
Beijinhos.
Para lá do azul
Abraço fraterno
Os doces dos encontros, dos amigos, das palavras QUE SE ENTENDEM!
Como estas, sílaba a sílaba, soletradas e a voar. Consoante as vogais...
Abç da bettips
Fenomenal! Obrigada por acompanhar o meu blog :)
De todas as palavras,
A mais bela
É a que ainda não se domina.
em frase absurda, de infinitos...
Parabéns pelo livro! Venham mais!
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