Na implosão de
cravos
Apenas a raiz
Se finca
E a cor
Em bandeiras
De fome…
Dias amputados
de Futuro
Nos trilhos do
Nada…
Descartáveis
auroras
De um tempo sem
fronteiras
Como chumbo…
E no arrepio da dor
Uma memória
perfumada
Uma vertigem que
explode
Nos olhos…
E carnívora se
ergue nas bocas
Em apoteose de
flor sanguínea
No corpo
imaculado da Tragédia
Prenunciada…
Como cristal
aceso
Em noite de
facas…
Manuel Veiga
9 comentários:
"Dias amputados de Futuro
Nos trilhos do Nada…"
Que expludam cravos
forte!
até fiquei arrepiada!
:(
"Descartáveis auroras
De um tempo sem fronteiras"...tão dorida esta ideia...
Abraço
Muito bom. Traduz desalento e revolta.
também quero agradecer a visita e comentário.
Bj
BShell
"Uma vertigem que explode nos olhos"...
porque há um punhal de fogo na memória dos poetas que transfiguram as palavras no perfume de uma sanguínea flor...
Muito belo.
Um beijo, meu amigo.
Meu caro amigo, tema forte, palavras disparadas como o chumbo contra nossos espíritos arrepiados pela dor, mas que ainda sentem no ar o perfume que guardam na memória. Uma memória que se alimenta de glória, mas que não nos mata a fome.
O futuro ficou pelo caminho, em meio a planos e falsas promessas.
É terrível se enganar um homem, mas quando um povo inteiro, torna-se ultrajante.
Meu aplauso a este belo poema, que deveria ser um hino.
Abço amigo
acutilante...mas, não esqueçamos os cravos.
O futuro o é já aqui e é imperioso e urgente desfolhar a flor, pétala a pétala, punho a punho.
Abraço meu Irmão Poeta
O poeta diz bem que 'há poemas que depois de lidos temos que recomeçar,ler bem mais devagar, chorar todas as palavras.'
_ 'dias amputados de Futuro'... não será como dias solares...
Parabéns
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