Vens autêntica em tua benevolência cálida
Dulcificando em mim a noite cerebral
Ungindo esquecidas glórias
Adejantes como fogueiras vãs
Que apagadas ardem e nas cinzas
Se ateiam...
Bem sei (ambos sabemos)
Que o tempo corre por vezes bálsamo
Outras apenas flor de zimbro
Insignificante em seu devir
Estéril como promessas por abrir
Cumprindo rotas sem registo...
E no entanto em teus olhos
Bebo o fruto cristalino das árvores inventadas
Antigas falésias debruçadas
Ventos sobre os dedos
Mãos abertas quais barcos caminheiros
Em generosa dádiva...
Que mais importa ao poeta
Senão cumprir-se?...
Não se pede ao arco que corra atrás da flecha
Nem à flecha que abandone a meta
Traçada...
Manuel Veiga
10 comentários:
"Bem sei (ambos sabemos)"
mas nunca é demais
dizê-lo em versos
belos
... e assim meu irmão ...
despertam os belos relâmpagos
Abraço
Um poema encantador!
O que se sabe cai por terra quando se resolve entrar em olhos que assim se apresentam. Conhece-se a insegurança do fim, mas não se foge da caminhada. Abraço.
sabemos, ambos sabemos e eles sabem que nós sabemos...
e o Poeta por vezes será ensurdecedor no seu silêncio ...
gostei!
:)
Olá Manuel,
Penso que estou atrasada mas espero em tempo de conhecer a sua poesia!
Em meio a tantas questões urgentes como a fome, ainda bem que temos árvores inventadas para cumprirmo-nos.
Seria um prazer a sua amizade e a sua visita ! Um abraço.
Um belíssimo Poema de Amor. Uma certeza. Duas vidas.
Abraço meu irmão poeta
E o poeta se cumpre, nas causas que abraça...
Beijo
Uma das coisas que muito me emociona é poesia_essa capacidade de produzir beleza com as palavras.
Além da beleza a inquietação quando sentimos que está tudo ali sujeito verbo e objeto_simples assim.
Parabéns ,heretico um luxo_'importar-se'
abraço
Belíssimo!!! Amei!
Beijos, heretico!
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