Derrama-se a
palavra no corpo da escrita
Sem mais nada.
Leve fissura apenas.
Milimétrica.
A imiscuir-se na
tensão da espera. Como se arqueologia fora.
A corroer por
dentro
Sem plano
Ou guia...
Mistura dissolvente.
Benigna.
Corrosão de água
sobre a pedra.
E alquimia do verso
fugidio
E do incauto
morfema...
Como se a
inesperada espera fosse
Bicho alado. Já não apenas pedra.
Inquietação do poeta a engendrar
As cores do poema...
Inquietação do poeta a engendrar
As cores do poema...
E a dissolver a
água e a pedra
Nas dores da
hora.
E na escrita maior
Do Mundo!...
Manuel Veiga
11 comentários:
Palavras com vida por dentro
Abraço poeta
~ ~ ~ ~ Um canto à glória da génese do canto. ~ ~ ~ ~
~ Momentos de construção, muito especiais e íntimos.
~
Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos
A persistência
da água
na claridade
das pedras
já não apenas pedras
Um outro poeta na eminência da solidão bradou_ "Ó vida futura /nós te criaremos/te diviso ainda tímida/inexperiente das luzes que vais acender."
_ é a doce ilusão de ver a pedra se desfazer diante das gotinhas que fazem dos seus versos essa alquimia linda.
Parabéns.
Muito bonito, caro heretico! E sempre a procura da explicação do ato poético. Com as palavras exatas e outras ... provocatoriamente inesperadas.
Beijinho, Poeta!
palavras derramadas, quiçá com o sabor da água e eu entorno a ternura dos azuis....
muito belo!
:)
Um poema para reflectir sem dúvida.
beijinho e bom fim de semana
Fê
"Inquietação do poeta a engendrar
As cores do poema..."
Os poemas que surgem da inquietação do poeta trazem luz ao olhar e formam arco-íris na imaginação...
Liquido o poema na dissolução do tempo.
Um abraço poeta irmão
Uma escrita muito sentida, quase em carne viva...
Abraço
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