sexta-feira, abril 24, 2015

UM ARREPIO DA MEMÓRIA...


Na pele dos dias macilentos
Um arrepio da Memória. Afluentes a percorrer por dentro os veios
Deste magma. E a argila do sonho. E o destino de água.
E o sortilégio. E a imensidão do lago...

Há neste arfar dos homens um destino mudo.
Suspenso. Como as labaredas de um incêndio. Brusco.
Que se adianta na combustão. Pressentido apenas no voo inesperado
Dos insectos. E no delírio do restolho.

Somos a massa que fecunda o fogo. Elos de um percurso
Que os ventos traçam. E de que os deuses zombam...

E, no entanto, nesta ardência da vontade (que se expande)  
Perdura uma febre desusada. Uma surda espera.
Como se a Festa de outrora mais que festa
Fosse aurora...

Ou uma palavra nova. A despontar no léxico
E na gramática do Mundo...

Viva a Liberdade!...

Manuel Veiga




25 de Abril, Sempre!...


15 comentários:

Mar Arável disse...

Memória viva
Abraço amigo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

memórias à for da pele

e que viva a liberdade nesse dia que foi e ainda é

25 de Abril sempre

no perfume de uma flor

:)

jrd disse...

Um frémito que nos percorre. Um poema que nos emociona.

Abraço meu Amigo

lino disse...

Sempre!
Abraço

Majo disse...

~
~~ «Como se a Festa de outrora, mais que festa
~~ Fosse aurora»

~~~~~ Amigo, ainda é aurora...
~ Os ideais de Abril ainda estão por concretizar...

Entretanto, esfuziantes e emocionados celebremos!

~~~~~~~~~~~~ Viva a Liberdade! ~~~~~~~~~~~~
~~~Bj~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
.

Lídia Borges disse...

Tenso! E no entanto, um arrepio a inundar a alma.

Saudações.

Rogério G.V. Pereira disse...

"Somos a massa que fecunda o fogo."

Somos!

Graça Pires disse...

É preciso continuar a moldar a "argila do sonho". Não desistir. Não deixar morrer essa alegria.
Beijo, meu Amigo.
25 de Abril, Sempre!

Suzete Brainer disse...

"Um arrepio da memória" num
caminho valioso, a construção da
liberdade inscrita "na gramática
do mundo", viva a liberdade
sempre!
Maravilhoso, poeta!
Beijo.

Graça Sampaio disse...

Muito bonito, muito bom, herético!!

Viva o 25 de Abril, SEMPRE!!

Agostinho disse...

"Um arrepio da memória" é um poema sublime repassado de amargura e de esperança.
Pois que viva a Liberdade para que o homem seja inteiro e vertical!
Não resisto a deixar duas "quadritas" de amargura, que acabei de engendrar:

O futuro que Abril abriu
a aduncos e manhosos
causou muita impressão
sabe-se bem quem são.

Sabe-se bem quem são
mal a esperança brotou
com o indicador e o polegar
deram logo em roubar.

BFS

Pata Negra disse...

Ando aqui a dar a volta pelo abril dos meus companheiros da viagem blogosférica e encontro um poema original para respirar - já estou cansado - o companheiro do mar arável comentou em todos os blogues "memórias vivas" - chove lá fora, abril está a ficar chuvoso, a chuva, bem chovida, é um alento, se der trovoada, lá se vão os frutos, mas eu acho que isto vai dar seca, estou seco de abril, um abraço, não vou comentar em mais nenhum blog, vou para a rua molhar-me de abril.
herético.

Vinicius Geyer disse...

Parabéns Manuel, lindo poema.Abraço.

Shirley Brunelli disse...

Somos a massa que fecunda o fogo, enquanto os deuses zombam...
Profusão de belos versos, heretico.
Grande abraço!

Unknown disse...

Olá,
"Somos a massa que fecunda o fogo" - continuemos a fecundá-lo, que faz-se necessário.
E sim, a festa de outrora, tem que ser aurora dum novo dia, com novas atitudes e passos de força.

abç amg

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