Na pele dos dias
macilentos
Um arrepio da Memória.
Afluentes a percorrer por dentro os veios
Deste magma. E a
argila do sonho. E o destino de água.
E o sortilégio. E
a imensidão do lago...
Há neste arfar
dos homens um destino mudo.
Suspenso. Como as
labaredas de um incêndio. Brusco.
Que se adianta
na combustão. Pressentido apenas no voo inesperado
Dos insectos. E no
delírio do restolho.
Somos a massa que
fecunda o fogo. Elos de um percurso
Que os ventos
traçam. E de que os deuses zombam...
E, no entanto, nesta
ardência da vontade (que se expande)
Perdura uma febre
desusada. Uma surda espera.
Como se a Festa
de outrora mais que festa
Fosse aurora...
Ou uma palavra
nova. A despontar no léxico
E na gramática do
Mundo...
Viva a Liberdade!...
Manuel Veiga
25 de Abril, Sempre!...
15 comentários:
Memória viva
Abraço amigo
memórias à for da pele
e que viva a liberdade nesse dia que foi e ainda é
25 de Abril sempre
no perfume de uma flor
:)
Um frémito que nos percorre. Um poema que nos emociona.
Abraço meu Amigo
Sempre!
Abraço
~
~~ «Como se a Festa de outrora, mais que festa
~~ Fosse aurora»
~~~~~ Amigo, ainda é aurora...
~ Os ideais de Abril ainda estão por concretizar...
Entretanto, esfuziantes e emocionados celebremos!
~~~~~~~~~~~~ Viva a Liberdade! ~~~~~~~~~~~~
~~~Bj~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
.
Tenso! E no entanto, um arrepio a inundar a alma.
Saudações.
"Somos a massa que fecunda o fogo."
Somos!
É preciso continuar a moldar a "argila do sonho". Não desistir. Não deixar morrer essa alegria.
Beijo, meu Amigo.
25 de Abril, Sempre!
"Um arrepio da memória" num
caminho valioso, a construção da
liberdade inscrita "na gramática
do mundo", viva a liberdade
sempre!
Maravilhoso, poeta!
Beijo.
Muito bonito, muito bom, herético!!
Viva o 25 de Abril, SEMPRE!!
"Um arrepio da memória" é um poema sublime repassado de amargura e de esperança.
Pois que viva a Liberdade para que o homem seja inteiro e vertical!
Não resisto a deixar duas "quadritas" de amargura, que acabei de engendrar:
O futuro que Abril abriu
a aduncos e manhosos
causou muita impressão
sabe-se bem quem são.
Sabe-se bem quem são
mal a esperança brotou
com o indicador e o polegar
deram logo em roubar.
BFS
Ando aqui a dar a volta pelo abril dos meus companheiros da viagem blogosférica e encontro um poema original para respirar - já estou cansado - o companheiro do mar arável comentou em todos os blogues "memórias vivas" - chove lá fora, abril está a ficar chuvoso, a chuva, bem chovida, é um alento, se der trovoada, lá se vão os frutos, mas eu acho que isto vai dar seca, estou seco de abril, um abraço, não vou comentar em mais nenhum blog, vou para a rua molhar-me de abril.
herético.
Parabéns Manuel, lindo poema.Abraço.
Somos a massa que fecunda o fogo, enquanto os deuses zombam...
Profusão de belos versos, heretico.
Grande abraço!
Olá,
"Somos a massa que fecunda o fogo" - continuemos a fecundá-lo, que faz-se necessário.
E sim, a festa de outrora, tem que ser aurora dum novo dia, com novas atitudes e passos de força.
abç amg
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