Somos inocência
dos sentidos.
Carícia talvez
em feminis corpos distendidos
Ou impossíveis
dedos...
Ou o polissémico
azul invertebrado
No dorso da onda
a desmaiar
Em espuma
breve...
Ou talvez ainda
O choro da
criança a reclamar o seio
E o ubérrimo
gesto de colhê-la...
Ou aquele velho
sentado a remoer silêncios
Enxotando o
moscardo e a salivar
Paladares
perdidos...
Somos talvez
planura de um tempo mítico -
Circulo fechado
e nós no centro...
Ou talvez vertigem de sal e sol.
Apenas...
Manuel Veiga
11 comentários:
Somos quase tudo, mas também quase nada...
Excelente poema, como sempre.
Caro Veiga, tenha um bom fim de semana.
Abraço.
~~~
~~ Que utopia maravilhosa, Poeta!
~~ Ser, apenas, o sentir inocente!
~~ Porém,
contrariando esta belissima hipérbole,
~~~~~ por destino misterioso, ~~~~~
~~~~~~ nascemos racionais.~~~~~~
~~~ Abraço, amigo. ~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Somo-lo certamente, na beleza estética que aqui nos deixas...
bj
O talvez a penas
O poeta percorre uma paleta cromática de sentidos inerentes à condição humana e desinquieta-nos com o talvez. A inocência do apenas, a timidez do talvez?
Muito bom, Manuel.
Olá, Herético.
Talvez sejamos. Não sei, sinceramente.
Só sei que não és apenas poeta,
mas aquele poeta grande que nos
traz a poesia para o centro do nosso sentir...
Poema magnífico, poeta amigo.
Bravo!
beijo.
Estou aqui a remoer silêncios enquanto degusto este lindo poema...
Beijos, heretico!
Somos, talvez, incerteza. :)
talvez
apenas
não sei, mas sei que o poema tem tudo o que eu gosto de ler na sua poesia.
beijo
:)
Já dizia o outro poeta que 'somos as coisas que moram dentro de nós _ e não vemos o que vemos vemos o que somos"
_seu poema carrega nos 'paladares' todos os sabores.
Muito belo!
Enviar um comentário