Nada.
Apenas o Poeta
na paisagem
E a majestosa
gralha
Cuidando as
penas depois da chuva.
Breve...
E o caprichoso
melro circular
Em voo trinado
Assediando a
árvore
E o sol ligeiro.
(Por certo o
beijo...)
Apenas o melro e
a gralha...
No céu...
E o anjo negro
cavalgando a nuvem.
Assim eu
descendo na asa do milagre
Sem outra
grandeza ou glória
Ou outro
instante de lume...
Apenas
A repentina
gralha
E o voo do
pássaro
Ou a neutra rosa
Afadigando-se em
ser...
Talvez apenas o
Poeta
Tecendo as cores
da árvore
Na gravura da
paisagem...
Manuel Veiga –
in “Poemas Cativos”
13 comentários:
Que pássaros tão antipáticos! Quem lhes deu o direito de voar dentro de um poema?
Lídia
Eis um dos meus preferidos, entre vários. Decerto, entretanto, apenas o poeta tecendo as cores da árvore na gravura da paisagem.
Abraço.
~~~
~ ~ ~ Muito interessante, ó Poeta tecelão! ~ ~ ~
~~Bj~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
O melro e a gralha no céu, no céu das suas palavras, que me não cansam.
Gostei, e fiquei a conhecer.
Brisas doces **
Isso é pintar com maestria. Muito belo! Abraço.
Gostei poeta...Tecendo a poesia 😊
o poeta a deixar voar as palavras, tecidas e urdidas além dos voos livres...
grata!
beijos
:)
O poeta no movimento dos pássaros,
tecendo as cores na alquimia dos versos,
libertando os instantes da paisagem sem moldura...
Um poema grandioso e belíssimo!!
Fiquei encantada...
beijo.
Já conhecia-do livro que mora cá em casa-,mas é sempre bom reler. Belo.
Bom domingo. :)
Ao poeta tudo é permitido, até mergulhar nas nuvens. A gralha, o melro, a árvore e, no meio do milagre, uma rosa, vermelha sempre, de certo afogueada, afadigada. Quando calha.
O poeta na paisagem deixa-se voar. Deixa-se levar nas asas da gralha ou no dorso do melro. Voa e sonha, o poeta.
abç amg
E poderá haver paisagem sem poeta meu Amigo'
Abraço fraterno
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