Na indolência da
tarde apenas a brisa
Quente e o azul
abrindo-se sobre os neutros corpos
A tricotar
lassidões e descaídas pálpebras.
E o eterno bulício
de infantis desejos
Revoada de
pássaros no chilrear de caprichos.
Ou de gritos. Ou
de alvoroçados jogos...
Do outro lado da
paisagem onde o poeta
Se resguarda e se
acoita em furtiva espera
De coisa alguma.
Como se fora arco e seta
Na íntima tensão
do voo em que se inventa.
Desse lado onde
apenas vibra o inesperado
E o fugaz gozo
de um olhar preso...
Nesse mítico
lugar onde toda a promessa
É possível. E todo
o sonho. E num segundo se condensa
A subtil distância
entre o momento breve
E a
eternidade...
Desse lado –
dizia – apenas um livro aberto.
Tombado. E a
linha do dorso como rio ávido.
E línguas de
fogo como beijos e os impossíveis
Dedos dardejando
o limite das formas
Como sopro.
E mil bocas
ousando o declinar
Da tarde como se
fora o topo. E o perfeito
Triângulo negro.
Mínimo. Que destapa meu olhar
Em teu corpo. Assim
exposto.
E colhe o
sorriso breve -
Derramado...
Manuel Veiga
12 comentários:
~ ~ ~
~~ B e l í s s í m o! ~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~ Boas férias, Poeta.
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
" A subtil distância entre o momento breve
E a eternidade..."
(belo postal!)
O melhor dos ócios...aquele em que se produz e cria, se deleita de sonho e gozo, nas mornas dolências das tardes desmaiadas...
Belos versos, curtidos de natureza e naturalidade...
Beijo,
Genny
Boa partilha este postal
Abraço sempre
Como até em tempo de férias a inspiração não sossega,
enviam-se aos amigos postais descritivos daquilo que pela alma navega.
Obrigada pelo postal maravilhoso!
Um beijo e continuação de boas férias.
Janita
Um postal de férias como tu só sabes poetar. E inundado de natureza... também humana.
No distanciamento (?) do poeta que, assim, vai aspergindo versos como folhas que se soltam, leves, na brisa de verão.
Beijo,
Um postal de férias como tu só sabes poetar. E inundado de natureza... também humana.
No distanciamento (?) do poeta que, assim, vai aspergindo versos como folhas que se soltam, leves, na brisa de verão.
Beijo,
Há imenso tempo k não recebo um postal de férias! As redes sociais tiraram beleza a estes gestos, de k tenho saudades.
De qualquer forma, este postal de férias, não é um postal qualquer. Relata, com alma e muito talento, o que se sente aí, com vontades, até infantis, e deste lado, quer-se, deseja-se o inesperado k pode muito bem ser um pequeno espaço, retângulo, quadrado ou triângulo, onde o corpo se dê e aconteça, derramando, não sei se, apenas, sorrisos.
Boas férias!
um postal que esconde beleza em todas as entrelinhas.
como sopro. recebi-o, ornado de azul e oiro.
beijo
:)
Um voo colhendo registros do olhar poético
na dança dos instantes coloridos
a imprimir eternidades...
O teu olhar poético nos proporciona um voo mágico
de palavras com o curso de eternas, uma beleza inesquecível!
Voa poeta, o teu voo é especial.
beijo.
O triângulo o arco a flecha são elementos
necessários do exercício perfeito.
Pois aqui também te envio meu Postal de Férias
Num sorriso derramando perfume pelo teu caminho
Não sei usar de palavras eruditas, nem as quero sérias
Apenas...tardes de brisas com lírios de carinho
Na suavidade que noiva dá a bouquet de inocência
Que anseia que Amor, seja só a sua Ciência! :)))
beijo e boas férias amigo poeta
(no google+ sou Isabel Vieira...acho que já por lá te comentei...isto se não fiz asneira) :)
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