Furtivo bailado
na canícula
Como se fora aquele
ostensivo seio
Retesado. Porém
suspenso
Como figo na
boca
Que há-de colhê-lo...
Ou ardência
Verão
Na pele
A acicatar
O lume...
E o cume...
E o corpo
distendido fosse
Apenas a
passagem.
Ou vórtice
A desenhar
O vértice
De fogo
Assim
Explícito...
(Língua e palato
Ainda...)
Ou a breve brisa
a soletrar
A inocência. E a
graça do nome
No azul pagão
Da tarde...
Ou quimera de
areia...
Ou uma miragem
calcinada...
Ou fantasia de
poeta
A surfar a onda
em que incauto
Se despenha...
“FEVER”!...
Manuel Veiga
"Do Esplendor das Coisas Possíveis" - Poetica Edições - Lisboa
5 comentários:
E o poeta, sedento de vida, constrói um belo poema...
Muito bom, meu amigo!
Abraço
Começar pelo vídeo com a música divina,
a voz dela é um sonho, adorei (escutei várias vezes...)rss
Que bom gosto e tão bem escolhida para este teu Poema
soberbo, deslumbrante e fascinaste numa sensualidade
esplendorosa:
"Furtivo bailado na canícula
Como se fora aquele ostensivo seio
Retesado. Porém suspenso
Como figo na boca
Que há-de colhê-lo..."
Um belo "azul pagão da tarde" inscrito em Poema!...
Este teu livro deve ser "um esplendor das coisas
possíveis" numa Poesia Maior, Poeta!!
Todos os poetas
e os que
o não sendo
também vão fervendo
na ardência da Primavera
no "...esplendor das coisas possíveis"
~ ~ ~
~~~ Belíssimo, Poeta!
Toda a pujança primaveril a manifestar-se
numa expressão poética de deslumbrante sensualidade.
~~~ Beijo amigo. ~~~
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Figo de mel, o poema,
escorre doce da pena.
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