Agora é apenas a mantilha descuidada,
Na placidez da tarde, sobre os ombros
Da mulher. E o solícito gesto.
E a brisa é a breve perturbação
Da face, na carícia,
Alongando-se na nuca
Como promessa
E resistência tímida.
Raio de sol perdido
No percurso
E a bailar
De chama em chama
Acesa. Como bocas nuas.
(Itinerário íntimo)
Aparição do milagre.
Sobre a mesa.
Manuel Veiga
Caldas de Monchique,
31.08.2016
10 comentários:
Que aparição advém do "solícito gesto" senão um afago?
É ao fim da tarde que a rede da luz prende as almas apaixonadas.
Sem rosas, são rosas que o poeta dispõe sobre a mesa.
Muito bom, MV.
Abraço.
Um poema muito belo e muito delicado. O milagre da imensa ternura que te habita...
Um beijo, meu amigo.
Muito belo o poema e o título nos avisa num
tom profético de um milagre?!...rss
A belíssima descrição do sol como símbolo de uma
dança sensual a vestir um momento num "itinerário
íntimo", a luz do sol sobre a mesa...
Um poeta inspirado é assim, um momento de despendida
do sol, se inscreve num poema de um sentir tão belo,
profundo e sensual.
Maravilhoso momento poético, meu amigo!
beijo.
É lindo, sem dúvida :))
bj
Aqui há sempre um "milagre" poético. Acho que Caldas de Monchique inspira ainda o poeta. Luminosos, poema e "aparição".
Forte abraço,
Gostei de saber
que a linda e verdejante povoação da serra algarvia
inspirou este canto terno, amoroso e emocionado...
Belissimo, Poeta!
Beijo.
~~
Um "milagre" poético magnífico.
Muito bela a sua poesia.
Obrigada pelo seu tão gentil comentário.
Bjs
Manoel, aí está mais um poema seu fruto de grande inspiração. Se tivesse de minha opinião a respeito dessa sua obra, diria que se trata de um ótimo poema. Parabéns, meu amigo.
Um abraço.
Olá, Herético,
Bela inspiração lhe nasce do milagre ;)
Que nossas vidas pudessem, sempre, desfrutar de milagres assim...
abç amg
Caldas de Monchique tem esta magia, transforma um gesto delicado numa belíssima poesia.
Excelente, parabéns!
Um beijinho
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