Desdobra-se o
poema em seu itinerário de luz
Antes de
explodir
E na branca
claridade dispersa
Depois sopro
Advinha-se a
poeira dos dias
Côncavos
Inerte
Em bruxuleantes
acenos
Como se a
distância
Fosse apenas o
toque
Dos dedos ou o
gesto suplementar do voo
Ou as palavras
seta…
Desdobra-se o
poema
E em seu destino
volátil e alado
Devolve-se à
carne dos dias
E retoma cativoA matriz de água e o grito
Latejante no peito arfante
Do poeta...
Manuel Veiga
“Poemas Cativos” pag. 17 – “Poética Editora”
Lisboa 2014
5 comentários:
Há emoções diferentes
entre a leitura deste
e o da tua página dezassete
mas percebo
que voltará ainda a ser diferente
se depois o voltar a ler
Belíssimo este teu poema cativo!
Leio a emoção da entrega e despedida da obra,
porém, uma obra de arte com esta sensibilidade
jamais ficará perdida na cinza «poeira dos dias»
Brilhará perpetuamente...
Beijo, Poeta amigo.
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Nada se perde ainda que se desdobre. E se desdobra para que conheçamos o caminho das palavras no processo de criação, no preenchimento da página em branco. Quem se torna cativo é leitor com a beleza do poema!
Forte abraço,
Desdobra-se o poema na sensibilidade e no talento que se soltam do poeta.
Abraço meu irmão Poeta
Ah se as distâncias fosse apenas o toque/dos dedos ou o gesto do voo/ou palavras seta...'
'não ameis a distância, não ameis ,não ameis...'
é o recado de Rubem Alves.
grande abraço à distância _entre oceanos.
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