O vento. Um nome. Uma
mantilha solta.
Sem outra cor...
Apenas a pele. A letra
soletrada.
A flor estendida.
A oferta.
E o carmim do beijo
Antes dos lábios...
Apenas o gesto
Não a pétala
Nem a rosa profanada...
Apenas brisa em mão
aberta
E um raro perfume
escondido
E o sonho da montanha.
Trepando.
E o lago dos olhos.
Alagando-se...
Apenas um rubor mal
desperto.
E este alvoroço da tarde
Em azul aberto.
Que de tão ténue
Resiste...
Manuel Veiga
“Do Esplendor das Coisas
Possíveis”
Poética Edições
Abril 2016
8 comentários:
Um nome, a pele
em emoção
à flor da pele
O poeta exprime de forma sublime e emoção do encontro. Amoroso.
Abraço.
Apenas
...e tanto
Voltei e agora
tenho um doce sol de frente
que me cega e aquece.
Vejo vir uma falua, parece,
em leve passo nas águas.
Se fosse noite diria
que a Lua afaga o Tejo.
Abraço, Poeta.
Confesso que já li várias vezes este alvoroço da tarde e detenho-me em vários momentos. Puro prazer. É poesia a valer!
Beijo, amigo Manuel Veiga.
Um alvoroço. Contido, mas que se sente em cada sílaba e, na sua junção, em cada palavra. Poesia que atrai e nos prende.
Abraço.
Olinda
O que seria a tarde sem um alvoroço? E o que seria o alvoroço se não tivéssemos a tarde?
É o poeta olhando para "a tarde" e aferindo-lhe tonalidades. E que tonalidades estas!
O poeta é um homem sortido antes e depois do alvoroço (rss)!
Forte abraço, meu caro amigo!
Explendor!
O toque.
E o aroma
Da flor.
Imaculada.
Tanto o mais...
É este um dos mais belos poemas
de amor, meu caro amigo.
Tudo é suave...subtil e inteiro.
Parabéns, MV.
Abraço caloroso
O que vem antes da profanação é sempre um alvoroço, ainda que possa resistir de tão ténue...
Excelente, parabéns.
Bom fim de semana, caro Veiga.
Abraço.
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