sexta-feira, maio 04, 2018

MAGMA E SOLFEJO...


Em cada rubor
Uma ligeiríssima vibração
Um impulso contido
Ou artifício sem trama
Que se desvenda
E se realiza
Nesse jogo
De se dar
E negar…

Percurso e sussurro da pele
A soletrar a palavra transgressiva
No murmúrio dos lábios.

E a gramática
Dos dedos.

Paráfrase íntima
A engendrar-se
Sinfónica
Nas salivas.
……………………….
E a derramar-se no rosto:
Magma. E solfejo.


Manuel Veiga


17 comentários:

Olinda Melo disse...

Olá, Manuel

Eis um poema que envolve um mundo incontido de sensações, descrito com elegância. Gosto. Gosto muitíssimo quando as palavras seguem um pensamento ou pensamentos ou desejos nessa forma poética e sofisticada.
Detive-me nessa gramática dos dedos procurando adivinhar a sua morfologia e sintaxe.

Abraço.

Olinda

Larissa Santos disse...

Boa tarde. Muito bom, o seu poema:))

Hoje:- Nem sempre as palavras são deixadas ao vento.

Bjos
Votos de uma boa Sexta - Feira

Rogério G.V. Pereira disse...

« E a gramática
Dos dedos.»

ou o poema
por gestos

Pata Negra disse...

para solfejo só lhe falta a pauta - um abraço com o rosto

José Carlos Sant Anna disse...

É nesta gramática que o poeta rompe com a expectativa do receptor, pois conforme o costume estranha a construção. Mas nela a palavra reveste-se de um aparato diverso, de outros ornamentos... Depois é "solfejo"!
Um forte abraço, meu caro amigo!

Tais Luso de Carvalho disse...

Também achei um poema e 'tanto', sofisticado, elegante, muito pensado. A medida certa para ler, e relendo encontra-se, nas entrelinhas, o cerne poético da questão.
Poema encorpado, como se fosse o melhor dos vinhos tintos!
Beijo!

Manuel Veiga disse...

Rogério,

não te canses. daqui não levas sequer o único gesto que tu entendes (e mereces.)

de forma que quem te mandou é melhor que venha. ainda que anónimo, como é timbre do valentão.

Manuel Veiga disse...

Pata Negra,

abraço aceite.
tanto quanto julgo saber não usas barbas.
e tens a cara limpa.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Um excelente poema, amigo Manuel, do qual destaco estes versos:

"Percurso e sussurro da pele
A soletrar a palavra transgressiva
No murmúrio dos lábios."


Excelente final de semana.
Grande abraço.
Pedro

Teresa Almeida disse...

As palavras bem entranhadas num poema com substrato. Pleno. A arte de dizer sem dizer. Um sentir poético sempre envolvente.

Beijo, meu amigo Manuel.

© Fanny Costa disse...

Gosto deste sentir, desta forma como brinca com as palavras! Amei!
Beijinho*

Fanny Costa

LuísM Castanheira disse...

Olá, caro amigo:
Um vulcão ao compasso da canção:
sons expandidos de paixão.
E o poema em compasso, que gosto e laço.
Bom domingo, Manuel

Ana Tapadas disse...

Poema muito interessante: ritmo que vibra ao ritmo das sensações insinuadas através de uma linguagem elevada.

Beijo

Agostinho disse...

"Esse jogo de se dar e negar". Ou.
"E a gramática dos dedos". Ou.
"Salivas", "magma". Ou.
Sempre a polifonia presente
crescente na poesia
A cada leitura
a imagética do ou.

Muito bom, MV.

Graça Pires disse...

As tuas palavras transgressivas têm uma gramática cheia de música...
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

Ana Freire disse...

Ardência e profundidade... nos percursos fascinantes das suas palavras... que é sempre um prazer imenso apreciar...
Gostei imenso destas palavras... provindas da magma, do seu imenso talento, Manuel...
Beijinho
Ana

Suzete Brainer disse...

Um poema de uma excelência expressiva, sensualidade arrebatadora
e ao mesmo tempo vestida de poesia, numa linguagem sofisticada a
exaltar a beleza sedutora e impudica, na libertação do sentir ao
encontro das palavras no campo da pele dos desejos:
"Percurso e sussurro da pele
A soletrar a palavra transgressiva
No murmúrio dos lábios."

Bravo, Poeta!!

Beijo.

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