Em cada rubor
Uma ligeiríssima
vibração
Um impulso contido
Ou artifício sem trama
Que se desvenda
E se realiza
Nesse jogo
De se dar
E negar…
Percurso e sussurro da
pele
A soletrar a palavra
transgressiva
No murmúrio dos lábios.
E a gramática
Dos dedos.
Paráfrase íntima
A engendrar-se
Sinfónica
Nas salivas.
……………………….
E a derramar-se no rosto:
Magma. E solfejo.
Manuel Veiga
17 comentários:
Olá, Manuel
Eis um poema que envolve um mundo incontido de sensações, descrito com elegância. Gosto. Gosto muitíssimo quando as palavras seguem um pensamento ou pensamentos ou desejos nessa forma poética e sofisticada.
Detive-me nessa gramática dos dedos procurando adivinhar a sua morfologia e sintaxe.
Abraço.
Olinda
Boa tarde. Muito bom, o seu poema:))
Hoje:- Nem sempre as palavras são deixadas ao vento.
Bjos
Votos de uma boa Sexta - Feira
« E a gramática
Dos dedos.»
ou o poema
por gestos
para solfejo só lhe falta a pauta - um abraço com o rosto
É nesta gramática que o poeta rompe com a expectativa do receptor, pois conforme o costume estranha a construção. Mas nela a palavra reveste-se de um aparato diverso, de outros ornamentos... Depois é "solfejo"!
Um forte abraço, meu caro amigo!
Também achei um poema e 'tanto', sofisticado, elegante, muito pensado. A medida certa para ler, e relendo encontra-se, nas entrelinhas, o cerne poético da questão.
Poema encorpado, como se fosse o melhor dos vinhos tintos!
Beijo!
Rogério,
não te canses. daqui não levas sequer o único gesto que tu entendes (e mereces.)
de forma que quem te mandou é melhor que venha. ainda que anónimo, como é timbre do valentão.
Pata Negra,
abraço aceite.
tanto quanto julgo saber não usas barbas.
e tens a cara limpa.
Um excelente poema, amigo Manuel, do qual destaco estes versos:
"Percurso e sussurro da pele
A soletrar a palavra transgressiva
No murmúrio dos lábios."
Excelente final de semana.
Grande abraço.
Pedro
As palavras bem entranhadas num poema com substrato. Pleno. A arte de dizer sem dizer. Um sentir poético sempre envolvente.
Beijo, meu amigo Manuel.
Gosto deste sentir, desta forma como brinca com as palavras! Amei!
Beijinho*
Fanny Costa
Olá, caro amigo:
Um vulcão ao compasso da canção:
sons expandidos de paixão.
E o poema em compasso, que gosto e laço.
Bom domingo, Manuel
Poema muito interessante: ritmo que vibra ao ritmo das sensações insinuadas através de uma linguagem elevada.
Beijo
"Esse jogo de se dar e negar". Ou.
"E a gramática dos dedos". Ou.
"Salivas", "magma". Ou.
Sempre a polifonia presente
crescente na poesia
A cada leitura
a imagética do ou.
Muito bom, MV.
As tuas palavras transgressivas têm uma gramática cheia de música...
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.
Ardência e profundidade... nos percursos fascinantes das suas palavras... que é sempre um prazer imenso apreciar...
Gostei imenso destas palavras... provindas da magma, do seu imenso talento, Manuel...
Beijinho
Ana
Um poema de uma excelência expressiva, sensualidade arrebatadora
e ao mesmo tempo vestida de poesia, numa linguagem sofisticada a
exaltar a beleza sedutora e impudica, na libertação do sentir ao
encontro das palavras no campo da pele dos desejos:
"Percurso e sussurro da pele
A soletrar a palavra transgressiva
No murmúrio dos lábios."
Bravo, Poeta!!
Beijo.
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