Quando o Prodígio Acontece
Quando duas estrelas se fundem por capricho
Ou invisível Fado. E o universo é apenas tela
Ou registo do matricial fogo.
E os próprios deuses se espantam.
E invejam essa nova luz a despontar.
E toda a poalha vibra em ritmo novo.
E todas as trajectórias dançam
Alvoradas a arder em chamas.
E o grito é glorioso toque alvoroçado
E a palavra é ligeira vibração de nada
Incrustada no dorso de todos os sentidos
Então o Prodígio acontece. E desce
À mesa do poeta. E o poema é cerimónia secreta
Iniciação fremente no palato e na língua.
Fruto pagão. E bocas ávidas.
Manuel Veiga
10 comentários:
Bom dia. Adorei o seu poema:)) Obrigada
Hoje :- Sorriso camuflado
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira.
Parabéns por mais este, Manuel.
Abraço
Nunca se sabe quando e como o poema acontece. O que sabemos é que é gloriosa e vibrante esta "cerimónia secreta".
Na verdade fiquei fascinada, meu amigo Manuel.
Beijo meu.
Boa tarde Manuel,
Um poema muito belo!
Parabéns pelo novo Livro a acrescentar à sua já grande Obra.
Beijinhos,
Ailime
Teus poemas sempre grandiosos, de palavras que almejam impressionar com o espanto e a beleza das percepções que podemos fazer - caso estejamos atentos - do Universo, esse por fora, dos astros, das estrelas, e esse por dentro, igualmente imenso, onde habitam os sentimentos. Um abraço, Manuel, espero que estejas bem.
(Vou fazer um daqueles comentários que sempre disse que não gosto...)
Não te consigo dizer o quanto gostei deste poema.
Naturalmente porque nele me revi.
Descaradamente tomo posse do que leio.
Gostei mesmo muito
Que belo fruto pagão, meu caro poeta. Só um iniciado é capaz de traduzir esta "cerimônia secreta" de firmã tão poética.
Um abraço, car amigo!
Onde se firmã leia-se forma...
Maravilhoso poema, meu amigo!
Mas havia uma foto aqui, do livro no prelo!
E o grito é glorioso toque alvoroçado
E a palavra é ligeira vibração de nada
Incrustada no dorso de todos os sentidos
Beijo, amigo
O Poeta como maestro vai em crescendo afinando instrumentos, naipes, até chegar ao apogeu, ao "Fruto pagão" que sacia "bocas ávidas".
No prelo... sem chumbo.
Abraço.
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