sábado, abril 13, 2019

Que Se Soltem Os Ventos...


Em mar de sargaços
Sacudo meus presságios.
E reinvento o sentido
De meus passos.

Que meu relógio é de badalo!
E lembra apenas horas faustas
Que, outras, não quero.

Nem meu nome é coito
De insídias, nem pasto de perfídias.
Nem meu corpo é cacilheiro.
Porém, navio de corsário…

Parto. E passo!
De alto – que nada renego.
Nem dou trocado.
Nem vendo.

Que se soltem pois os ventos.
Que ventos, não temo.

Nem as Fúrias
Que os dizem!...


Manuel Veiga
13/04/2019





9 comentários:

Larissa Santos disse...

Gostei bastante :))

Hoje:-"A carta" - a esperança é a minha única salvação. {Poetizando e Encantado}

Bjos
Votos de um óptimo fim-de-semana.

Teresa Durães disse...

E assim seja!

Teresa Almeida disse...

E assim o poeta desencrava o navio e faz-se ao largo.
E Zeca Afonso tão presente a reinventar o sentido dos passos.

Canta-se Abril.


Beijo, Manuel Veiga.

Ana Tapadas disse...

Tão belo!
«De nada renego».

Beijo meu

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Um poema magnífico!
Que se soltem os ventos para que a poesia continue a emanar da alma do Poeta!
Beijinhos e boa.
Ailime

Tais Luso de Carvalho disse...


MANUEL,
Que se soltem pois os ventos.
Que ventos, não temo.


Muito show, meu amigo, é o que falei no poema acima, inquietação! Que venha ventanias.
Beijo, ótima semana!

Agostinho disse...

Bom. Sem reserva ou omissão, dito ficou como o Poeta não se tolhe perante a adversidade. Com ritmo e musicalidade.

Abraço, caro Manuel Veiga.

Olinda Melo disse...

Tudo dito, com as letras todas, sem peias. Dizer o que há para dizer nesta forma poética é admirável. Se tivesse que escolher uma passagem seria esta:

Nem meu nome é coito
De insídias, nem pasto de perfídias.
Nem meu corpo é cacilheiro.
Porém navio de corsário...

De velas desfraldadas ao vento, acrescentaria eu.

Abraço

Olinda

P.S.

Caro Manuel Veiga

Envio o meu e-mail para se falar sobre a formação do tal grupo relacionado com as "leituras" abordadas no "xaile de seda".

olinda.melo.12@gmail.com

Ana Freire disse...

Um belo poema... que nos oferece um aroma de liberdade, resiliência... e desafio... tão próprios de Abril... com a escolha musical perfeita... pois também Zeca Afonso e Abril... serão sempre indissociáveis!...
Gostei imenso, Manuel! Belíssimo post!
Beijinho!
Ana

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