Transporta-nos ao Futuro – a Festa!
Como se o tempo fosse veleiro de todas as quimeras
E o ventre da terra fosse uma papoila ruiva
No corpo das searas. E os braços dos homens
Fossem torrente de afectos no ombro cansado
De todos os proscritos...
E o trabalho fosse apenas
O gesto da partilha dos frutos…
Transporta-nos ao Futuro – a Festa!
Na claridade integral dos dias pressentidos
Que os homens desenham no ardor de suas lutas.
E na reinvenção do amor em cada esquina.
E no farnel da Igualdade.
E na febre de Liberdade.
Que os hinos sejam! E os rituais se cumpram
Como umbrais de Esperança. E a luz da alvorada
Seja chama. E guia nos passos de dor
Que trilhamos.
E porta seja aberta.
E o rosto dos homens – livres e diversos!
E a Festa seja alegoria sinfónica
Do Mundo...
Manuel Veiga
“POEMAS CATIVOS” – Poética Edições
Maio 2014
5 comentários:
Gosto do poema. Infelizmente nunca fui à festa.
Abraço
Festa que todos os anos se faz presente,
e penso que já não passaríamos sem que
se ouça a notícia da sua realização.
Também eu, nesse seu desejo:
"E porta seja aberta.
E o rosto dos homens – livres e diversos!
E a Festa seja alegoria sinfónica
Do Mundo..."
Abraço, meu amigo.
Olinda
Ainda que às vezes passos sejam dados para trás, a seta do tempo, como essa festa, é para a frente! Belo, Manuel, e que melodia tão bonita a da música. Um abraço.
A festa tem dinâmica de futuro e o poeta alimenta a chama e propaga-a.
“Como se o tempo fosse veleiro de todas as quimeras
E o ventre da terra fosse uma papoila ruiva
No corpo das searas.”
Um verdadeiro hino de entusiasmo e convicção.
Bravo, Manuel Veiga!
Beijo.
Caro poeta,
"E no entanto, é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar" para manter a chama acesa, sobretudo quando paira sobre nós tanto obscurantismo...
Vigoroso canto pela propagação de uma festa de amor à dignidade humana; pela libertação do homem de todo e qualquer jugo!
Um abraço, meu caro poeta!
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