No cume mais alto da inóspita palavra
E desabridos ventos
No mais cálido despojamento dos passos
E percursos íntimos
Lugar de altivez e gélidas fronteiras
Onde se aventuram apenas asas de condor
E amáveis gestos ...
Na gloriosa solidão dos guerreiros
Ante o campo de despojos – e seu remorso.
E nas batalhas perdidas
E nas horas bastas
Sem destino
Nem gloria
E na bravura dos arados
E no perfume dos mostos
E nos olhos rasos
Solto a emoção breve
E soletro o nome
E desdizendo-me me digo
Face encoberta de um poema
Em que me devolvo
Inteiro...
Manuel Veiga
13 comentários:
Emoção do Poeta na soletração
do nome, mas também no remorso do
guerreiro, embora glorioso, perante
os despojos de guerra. Coloca alto
os amáveis gestos, nos quais, talvez,
se encontre o encanto deste belo Poema.
Abraço, Manuel Veiga.
Olinda
Sempre intenso...
Um abraço.
..." E desdizendo-me me digo
Face encoberta de um poema
Em que me devolvo
Inteiro..."
Forte abraço, Manuel.
Belíssimas palavras onde inteiro está o teu poema
Beijinho Manuel
Este poema se abre à comunhão e à intimidade.
É um corpo a saciar a sede do leitor.
Mas não tenhamos pressa para não perdermos "a face encoberta de um poema" em que o poeta se devolve inteiro
Forte abraço, caro Manuel!
E nessa devolução por inteiro, surgiu um poema sentido e belo.
Beijinhos
Quem me dera ter engenho e arte, para comentar este poema como merece.
Abraço
Este poema nascido na inóspita palavra, tem a beleza e o voo de um condor. Que
Força e suavidade. Que dinâmica, amigo!
Forte abraço de parabéns.
Bom dia Manuel,
Por detrás da "face encoberta de um poema" está todo o talento dum grande Poeta.
Gostei muito deste belíssimo poema.
Um beijinho.
Ailime
O que se diz por dentro e se externa no verso...nas entrelinhas do poema se esconde sua face...profunda forma de dizer, ainda que sejam inóspitas as palavras...
Estás inteiro nessa metalinguagem poética, Manuel.
Beijo.
Genny
Gosto deste teu poema porque sim
porque reconheço nele a substância
que enforma o desafio poético
o condor mergulha na essência contida
da palavra há de trazer
fiquei sem bateria e o comentário ficou truncado. Concluindo,
... há-de trazer o ouro que a alma do Poeta depurou para verter na palavra poética.
Abraço.
E a poesia é isso mesmo... um processo de filtragem e conhecimento do mundo... que nos devolve ao mesmo... mais conscientes e inteiros!...
Talento poético sempre em alta, nestes vôos da alma, que nos são dados a apreciar, por aqui, Manuel! Parabéns!
Beijinho
Ana
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