Da Criação do Mundo...
Desprende-se o poema. Brevíssimo sopro.
Ou colisão ínfima que se agita. Inesperada.
Absurdo silêncio do Mundo.
Murmúrio de sarça. Arde. Inflamadas cores
Sobre a Árvore do Tempo. Ou toda a vida
No sopro do instante – meteórica luz divina...
Desprende-se o poema. Sem resguardo.
E nessa agitação volátil um breve prenúncio.
E o rosto invisível das coisas a rasgar
A finíssima placenta.
Que a Palavra então seja criatura
A aguentar o peso e as dores do Universo.
E testemunho vivo do humaníssimo
Gesto da Criação do Mundo.
Manuel Veiga
PERFIL DOS DIAS - pág. 88
Edição - Modocromia - Colecção "A Água e A Sede"
Lisboa Maio 2019
9 comentários:
Mas olha como ficou bela essa postagem, meu amigo Manuel! Poema de primeira grandeza, profundo, e as fotos estão ótimas, retratam um grande momento!
Parabéns, aplausos!
beijo, um bom fim de semana.
"Que a Palavra então seja criatura
A aguentar o peso e as dores do Universo.
E testemunho vivo do humaníssimo".
Belos momentos aqui registados.
E este belo Poema, "Da Criação do Mundo", onde a Palavra
encontra o seu lugar, finíssima e inspirada. "Desprende-se.
Sem resguardo", dessa árvore do Tempo e do talento do
Poeta.
Os meus parabéns, amigo Manuel.
Abraço
Olinda
Es un placer infinito, tener el placer de leer tus poemas,solo puedo decir felicidades Poeta.
Un abrazo
Muitos parabéns!
Que viva a poesia! ❤️
Mais uma vez, as minhas congratulações, Manuel.
Gostei de te rever nesta feliz comemoração...
Procurei o teu neto...
Este texto que verbaliza o momento em que o poema
parte para o mundo, está muito bem poetizado e ficou
muito bem inserido na postagem.
Ao bardo, o meu beijo amigo.
~~~~~
Gostei de ver as imagens, meu Amigo. Pena não poder ter estado para te dar um abraço. Parabéns!
Um beijo.
Esta poema é iniciático e multidimensional. Mostra bem a grandiosidade do poeta.
Meu grande abraço de parabéns, amigo Manuel Veiga.
E que a palavra seja mesmo um instrumento ao serviço do Mundo... para o aperfeiçoar... já que a versão original deste nosso Mundo... veio com muitos defeitos da Fabrica da Criação... pelo menos, com um grande déficit em termos éticos... ao nível de valores, ideais, prioridades...
Um magnifico poema, Manuel, e muitos parabéns, por tão prestigiosa distinção!
Beijinho
Ana
Os meus parabéns, Poeta!
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