sexta-feira, abril 03, 2020

Estremecer Bençãos



Para o António,
Meu neto

 Nesta angústia mole
A tua voz é refrigério. E o inquieto apelo
Do sangue. Estremecendo
Bênçãos.

Nada nesta hora sequestrada
É bálsamo. Apenas soma de minutos
Antecipando o abraço
E a furtiva lágrima
E o teu sorriso.

E teu beijo. Esquivo.

Manuel Veiga

10 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Poético, Profundo, magistral e sedutora forma de bem escrever poesia

Feliz fim de semana

Tais Luso de Carvalho disse...

Manuel, querido amigo, num tempo desses que nunca imaginei viver, que há sofrimento por todos os lados, que há muito medo nas ruas, respostas e atos não entendidos dos que estão à frente do front, essa furtiva lágrima aparece cheia de dúvidas, mas também a coragem de todos para continuar lutando. Mas o bom é que temos uma roda de amigos, todos lendo uns aos outros para recarregarmos as baterias de esperança e de solidariedade. No final acredito num 'sorriso' em massa!
Belíssimo poema!
Beijo, cuide-se.

Cidália Ferreira disse...

Fantástico!!Amei
:)
-
Quero sair deste flagelo...
-
Beijo e um excelente fim de semana.
"Vai ficar tudo bem"

Olinda Melo disse...


Caro Manuel Veiga

Uma emoção imensa ao ler este seu Poema e, mais ainda,
vendo a quem é dedicado: ao seu neto. É uma hora
sequestrada sim, este tempo, em que os afectos perdem a
sua forma mais expressiva de se manifestarem, no beijo,
no abraço. Restam as palavras e, quiçá, as imagens que a
tecnologia nos permite para mitigar a saudade.

Grande abraço.
Olinda


Pedro Luso de Carvalho disse...

Gostei muito deste seu belo poema, nessa incursão pela temática amorosa. Parabéns, Poeta!

Meus votos de um bom final de semana com os cuidados com o vírus traiçoeiro, caro amigo Manuel.


Grande abraço.

Boop disse...

Os beijos, mesmo que esquivos, são preciosos!
:)

Teresa Almeida disse...

E o abraço, o beijo furtivo, o apelo do sangue. É a ternura e a saudade a verterem-se em furtiva lágrima ... É, enfim, o testemunho de um imenso amor de avô. ´

Parabéns, querido poeta.

Beijo.

tb disse...

e assim a poesia acontece e a alma estremece feliz!
Abraço.

José Carlos Sant Anna disse...

Quanta delicadeza, meu amigo Manuel.
Há tantas pequenas grandes coisas neste poema, que só um mestre em condensação seria capaz de dizê-lo com tão poucas palavras.
Em cada pausa, descobrimos o entredito...
No neto, a soma de todos os netos que vivenciam esta luta...
Um grande abraço, caro poeta!

Ana Freire disse...

Neste tempo de contenção social... a contenção afectiva não se pratica, de todo, por aqui!...
Magnifica declaração de amor e ternura...
Adorei ler! Belíssima e tocante partilha, Manuel!
Beijinhos
Ana

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