quinta-feira, fevereiro 11, 2021

QUANDO EU FOR GRANDE...

 

Quando for grande quero  ser um poeta

Imensooooooo … E um senhor bem-posto!

(Está mais que visto! …)

 

E hei-de cantar (e voar) como os passarinhos… piu… piu

E mandarei abrir um buraco negro no meu quintal

E caçarei gambuzinos. E serei pintor

De arco-íris festivos…

 

E de porta em porta e por todas as esquinas

Andarei a apregoar meus préstimos

De almocreve de metáforas e pintor

De sonhos coloridos…

 

Mas, não, ainda, não – sou muitooooo pequenino!

 

E colho cores tresmalhadas que guardo

Na minha caixa de prodígios. E deixo

A macerar em fogo brando

Até ao branco mais puro…

 

E, nessa brancura alva, derramo

Minha alma nua. E ergo (a preto e branco)

Meus caminhos rubros.

 

E colho a flor de cacto, que fenece

Como nasce – num murmúrio!...

 

Ou talvez uma prece – quando for grande

E fato domingueiro…

 

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ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...