quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Antes dos Nomes

 

Ao princípio, antes dos nomes,

Quando todas as coisas fluíam na inocência do porvir

Acordou, na margem, aos olhos do poeta,

Uma centelha (ou uma lágrima) fulgurante

Que a si própria se ergueu e se ungiu

Como Prodígio. E Mensageira.

 

E então todo o Caos se (des)ordenou.

E todas as cores e todos os sons.

E todas as formas. E todas as fórmulas.

E todos os ritos se abriram.

 

E todos barros...

 

E todas as sarças foram chama a arder na boca

De todas as palavras.

 

Manuel Veiga

1 comentário:

Olinda Melo disse...

No princípio era o Verbo,
E o Verbo se fez Homem...

e Antes de Todos os Nomes, surge
aos olhos do Poeta uma lágrima,
uma centelha, e fez-se luz, e o
caos se ordenou (ou desordenou)
e as palavras se nomearam e talvez...
o Amor seja a "chama a arder na
boca//De todas as palavras".

Belo Poema, Manuel Veiga.

Abraço.
Olinda

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...