quarta-feira, outubro 17, 2018

QUANDO O MOMENTO FOR ...


Quando o momento for, serás regresso.
E encontrarás a mesa posta E os melhores vinhos.
E eu serei distante. Sentado na soleira.
A dedilhar minhas contas.
E a contar os dias…

E quando vieres, reconhecerei teus passos
No alcatifado da folhagem. E na ansiedade
Imaculada do encontro alvoroçado.
E no sopro da brisa. A suspender
A agitação da tarde…

E os rios da memória serão regatos
Incendiados. E flores selvagens.
E luminescências cativas,
A saltitar nos olhos…

E serás nota tresmalhada de um piano.
E o coro melancólico das igrejas.
E o restolhar do tempo
Em prece muda. E o alvor
Das madrugadas …

E quando então chegares
Seremos a festa dos sentidos. E fogo e água
No leito perfumado
Das palavras…

Quando tu chegares!…


Manuel Veiga


7 comentários:

Ailime disse...

Um poema majestoso, Manuel!
Parabéns!
Beijinhos,
Ailime

Larissa Santos disse...

Muito bonito:))

Hoje, com: Sussurros da natureza em desamor
Bjos
Votos de uma abençoada noite.

Marta Vinhais disse...

Tudo será dito... porque amar é sentir calor, frio, noite e dia....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Suzete Brainer disse...

Um poema belíssimo, com a evocação de um
sentir crescente num lirismo encantador,
a poesia na expressividade de um altar das
palavras na comunhão da beleza, emoção
e luminosa imagética.

A tua expressividade poética engrandece
a arte da Poesia.

Votos de final de semana na paz e
harmonia, admirável poeta!
Bjos, Manuel.

Graça Sampaio disse...

Belo de mais!!!!! Muito bom!!

Beijinho, Poeta!

Teresa Almeida disse...

Manuel Veiga, este poema é mais um que se identifica sem precisar de ler quem o assina.
Magistral, meu amigo!
Um poema que viverá e fará a festa dos sentidos em horizontes presentes e vindouros.

Beijo.

São disse...

Magnífico, Manuel, magnífico!!

Abraço e feliz semana

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