sábado, agosto 17, 2019

EM LOUVOR DE LYDIA ...

Jogam os deuses aos dados. E concedem-nos
Esta hora provisória. Ergamos a taça
E celebremos, Lydia!...

A flor que colho poderia não ser.
Bastaria que outra fosse a cor
Com que enfeito teus cabelos...

Mas os cabelos são loiros. E vermelha, a flor –
Isso nos basta !...

Recolhe pois a inquieta ruga.
E o arrepio – que o Universo é apenas filosofia
Infinita forma abstracta por onde descemos
Até ao rio que nos leva
E à brisa que nos guia...

Enlacemos os dedos, Lydia!
E a tarde cai.

E há fios de Sol
A bailar em teus cabelos.

Manuel Veiga

"Do Esplendor Das Coisas Possíveis" . pág. 72
POÉTICA Edições - Abril 2016

Nota – Lydia é uma criação literária de Ricardo Reis








Sem comentários:

Sem Pena ou Magoa

  Lonjuras e murmúrios de água E o cântico que se escoa pelo vale E se prolonga no eco evanescente…     Vens assim inesperada me...