Jogam os deuses
aos dados. E concedem-nos
Esta hora
provisória. Ergamos a taça
E celebremos,
Lydia!...
A flor que colho
poderia não ser.
Bastaria que
outra fosse a cor
Com que enfeito
teus cabelos...
Mas os cabelos
são loiros. E vermelha, a flor –
Isso nos basta !...
Recolhe pois a
inquieta ruga.
E o arrepio –
que o Universo é apenas filosofia
Infinita forma
abstracta por onde descemos
Até ao rio que
nos leva
E à brisa que
nos guia...
Enlacemos os
dedos, Lydia!
E a tarde cai.
E há fios de Sol
A bailar em teus
cabelos.
Manuel Veiga
"Do Esplendor Das Coisas Possíveis" . pág. 72
POÉTICA Edições - Abril 2016
"Do Esplendor Das Coisas Possíveis" . pág. 72
POÉTICA Edições - Abril 2016
Nota
– Lydia é uma criação literária de Ricardo Reis
Sem comentários:
Enviar um comentário